Secretário Wadih Damous ainda criticou a regulamentação e contestou a alegação de que vai gerar grande arrecadação.| Foto: Fernando Jasper/Gazeta do Povo
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O secretário Wadih Damous, que comanda a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), notificará 18 sites online de apostas – as chamadas “bets” – nesta sexta (1º) por oferecerem ofertas de bônus aos apostadores. A alegação é de que essa vantagem incentiva os jogadores a apostarem mais e vai contra a legislação.

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Além das bonificações, o secretário quer também informações sobre como as plataformas trabalham para evitar a participação de crianças e adolescentes nas apostas.

“A lei proíbe o oferecimento de bonificação. A primeira coisa que eles fazem é oferecer bonificação. Então a gente está notificando. A outra questão é saber que critério de segurança eles estão adotando para que crianças e adolescentes não apostem”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

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Wadih Damous também se posicionou publicamente contra as bets, classificando-os como prejudiciais à sociedade e um vício semelhante ao álcool.

“Se fosse minha opinião que valesse, seria proibido ter esses jogos de aposta. Tenho ojeriza a isso. Isso acaba com a sociabilidade, gera dependência psíquica como a droga gera, como o álcool gera”, disse.

Ele ainda diz que a regulamentação dos jogos de aposta deveria ser mais rigorosa, incluindo restrições na publicidade e maior controle sobre as operações.

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O secretário também questionou o impacto econômico e social das apostas, criticando a promessa de arrecadação tributária como justificativa para a liberação das plataformas.

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“Sinceramente, não vejo nada de bom que esses jogos de aposta trazem para o país. Arrecadação é baixíssima. O que sobra é lavagem de dinheiro, dependência, superendividamento, e quem aposta é pobre, que vê naquilo uma possibilidade de complementar renda. Rico não aposta”, disparou.

Ele sugere que as empresas de apostas deveriam ser responsabilizadas pelos custos médicos dos apostadores que desenvolvem dependência já que, segundo ele, a situação poderá sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS).

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