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Segundo mandato

Governo planeja cortar R$ 11 bi, reduzir juro e investir

Em meio ao acirramento dos debates envolvendo as duas correntes que disputam o comando da política econômica no segundo mandato do presidente Lula, o governo prepara um plano para viabilizar um crescimento da economia de 5% ao ano, revela o jornal "O Globo" na edição deste domingo. As medidas que estão em estudo incluem a limitação dos gastos correntes já a partir de 2007, a redução nas despesas com pessoal em 0,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) — ou R$ 11 bilhões — até 2010, a contenção dos gastos da Previdência, com reajustes para o salário-mínimo pouco acima da inflação, e o aumento, em 1% do PIB, dos investimentos públicos em infra-estrutura. Tudo isso combinado com uma queda gradual, mas consistente, da taxa de juros.

Segundo a reportagem, a receita pressupõe a permanência de Guido Mantega no comando do Ministério da Fazenda e o fortalecimento do Ministério do Desenvolvimento — tendo à frente o atual ministro, Luiz Fernando Furlan. O plano não implica, necessariamente, mudança de comando no Banco Central (BC), embora o presidente da instituição, Henrique Meirelles, não pertença ao grupo dos chamados desenvolvimentistas. Segundo um membro desse grupo, Lula dificilmente afastará Meirelles agora, mas deve promover mudanças na diretoria do BC, para adequá-la aos novos rumos da política econômica.

A reportagem destaca que a pretensão de Lula é ver o plano concluído ainda em dezembro, para que sirva de plataforma nas negociações com o Congresso, empresários e representantes da sociedade civil, com o objetivo de garantir sustentação política ao governo no próximo mandato. Também está em discussão a criação de uma coordenação para o projeto de crescimento sustentado, que poderia ser exercida pela Casa Civil, já que a ministra Dilma Rousseff deve se transformar na figura mais forte do governo no segundo mandato.

O grande desafio é aumentar a taxa de investimentos do país do atual patamar de 20% para 24,5% do PIB. Estudos da área econômica indicam que seria preciso elevar o investimento público em 1% do PIB e criar as condições — com desoneração de tributos, melhoria do marco regulatório e outras medidas — para que a iniciativa privada contribua com os outros 3,5%. Segundo esses estudos, para o Brasil crescer 5,2% ao ano, a indústria precisaria avançar 6%; os serviços, 5%; e a agricultura, 4%.

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