Caso o governo não encontre solução para ajudar as distribuidoras de energia a cobrir o rombo do setor, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) poderá começar a repassar parte desses custos para a tarifa dos consumidores já no próximo mês.
Essa medida é possível sem que haja um reajuste extraordinário, já que o calendário oficial da agência prevê a reavaliação de preços de 16 empresas, tais como a Celesc (SC), CEB (DF), Celpa (PA), Cemar (MA) e Cepisa (PI).
De acordo com diretor-geral da reguladora, Romeu Rufino, esta não é a solução ideal defendida pela agência, mas uma das opções possíveis. "Mês que vem teremos um conjunto grande de empresas que passando pelo processo tarifário. Aquilo que não tiver solução via empréstimo ou qualquer outra fonte de recurso será refletido [nas tarifas]", disse. Rufino não disse, entretanto, qual pode ser o tamanho desse aumento.
As distribuidoras de energia contam com auxílio do governo para pagar uma conta que, segundo informações do mercado, pode chegar a R$ 8 bilhões no fim do ano. Essas companhias dizem não ter caixa suficiente para fazer frente a esses gastos e desde o início do ano estão pedindo socorro.
Até o momento o Tesouro já participou da solução com um aporte de R$ 1,2 bilhão e intermediando um financiamento bancário de R$ 11,2 bilhões. Todo esse montante já foi gasto pelas distribuidoras com o pagamento de compra de energia.