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Crescimento

Governo pode reduzir consumo próprio, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo vai retirar mais estímulos ao crescimento da economia, o que deve passar pela redução do consumo próprio do governo, caso a economia mostre aquecimento acima do esperado. "A economia já voltou a crescer nos níveis pré-crise, alguns dizem que há superaquecimento. Não sei se há, mas com certeza a economia está aquecida. Em função disso, todos os estímulos estão sendo retirados e o Banco Central (BC) subiu os juros em 0,75 ponto porcentual, bem acima do que alguns países fizeram", comentou o ministro, durante o seminário Brazil Infrastructure Summit, que ocorre hoje no Rio.

"Então, já há uma desativação dos estímulos e continuaremos reduzindo-os se necessário, inclusive para diminuir a demanda do setor público, para que tenhamos um crescimento equilibrado este ano e nos seguintes", disse.

Em entrevista, o ministro explicou que a redução do consumo do governo deverá ocorrer via cortes em programas de custeio dos ministérios. "Estamos estudando a possibilidade de reduzir o consumo do governo, mas temos que olhar com cautela. Se for confirmado um crescimento bem mais forte do que esperamos, acima de 6%, podemos reduzir o consumo do governo e os gastos correntes de ministérios podem ser diminuídos", afirmou.

Ao detalhar sobre os cortes, Mantega disse: "vamos manter todo o programa de investimentos do PAC, senão criamos gargalos. Os programas sociais serão mantidos e os programas de custeio podem ser postergados ou diminuídos". Segundo o ministro, a demanda doméstica está mostrando crescimento de 8% a 8,5% e a redução do ritmo desta expansão, se necessário, ocorrerá através do setor público - e não do setor privado.

Investimentos

O ministro da Fazenda disse que os investimentos já retornaram ao patamar de expansão de antes da crise e deverão crescer de 18% a 20% em 2010. Segundo ele, a taxa de investimento (formação bruta de capital em relação ao Produto Interno Bruto) deve chegar a 18,5%. Em 2009, ela foi de 16,7%.

Mantega afirmou ainda que não vê "nenhuma probabilidade de formação de bolha no Brasil". O ministro também disse discordar de que há problemas fiscais no país.

Ele admitiu, no entanto, que o crescimento das exportações poderá ser mais lento que o esperado este ano, por causa da crise que ocorre em alguns países da Europa. Para ele, no entanto, a crise não trará maiores consequências para o Brasil.

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