O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou nesta quarta-feira que o governo estuda novas desonerações no setor produtivo. Segundo ele, o tema nunca saiu da pauta e continua em análise.
Ainda neste ano, devem ser anunciadas a redução da carga tributária de três áreas consideradas importantes para promover o crescimento da economia: bens de capital, construção civil e semicondutores.
Segundo técnicos que trabalham na proposta, a idéia é ampliar a lista de bens de capital que tiveram o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) zerado e também o número de materiais da construção civil que ganharam redução desse tributo.
Somente este ano, a Receita Federal já abriu mão de uma arrecadação de $$ 290 milhões com o benefício para bens de capital e de R$ 1,06 bilhão no caso da construção civil.
O ministro informou, no entanto, que as medidas de expansão de crédito devem sair antes da redução de tributos. A idéia do governo é que em quatro anos o volume de crédito passe dos atuais 33% para 50% do Produto Interno Bruto (PIB).
- Já fizemos duas reuniões com o presidente Lula e ele brincou dizendo que agora não quer mais saber de reuniões. Ele quer as medidas - disse o ministro.
Quanto à participação no PIB, Bernardo destacou que o volume de crédito no Japão corresponde ao dobro do PIB naquele país e, nos EUA, a relação é equilibrada. Já no Chile a participação é de 50% do PIB.
- De 2002 a 2006, o volume de crédito na economia subiu de 23% para 33% do PIB. Esse aumento de 10 pontos percentuais corresponde a uma oferta maior de R$ 220 bilhões, dos quais R$ 40 bilhões de crédito consignado - afirmou.
Uma das prioridades do governo, disse Bernardo, é reduzir os custos dos empréstimos. E o crédito consignado é um caminho importante.
- Os juros chegam a 60% ao ano, enquanto no crédito consignado as taxas caem para 30% - afirmou o ministro.
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