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Transportes

Governo pressiona ALL por melhorias

Intenção do governo federal é que ALL acelere investimentos em melhorias da malha ferroviária: 2,5 mil km devem ser recuperados | Antônio More/ Gazeta do Povo
Intenção do governo federal é que ALL acelere investimentos em melhorias da malha ferroviária: 2,5 mil km devem ser recuperados (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

Dona da maior malha ferroviária do país, a América Latina Logística (ALL) está na mira do governo. A empresa, que detém 13 mil quilômetros de vias férreas no Sul, Centro-Oeste e São Paulo atualmente vive sob fogo cruzado de uma série de problemas, como má prestação de serviços, reclamação de clientes, pressão do governo para melhorar o atendimento e acelerar investimentos, além de uma disputa jurídica com a Cosan.

O governo determinou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mapeie onde há descumprimento de contrato e levante quais as punições cabíveis à empresa. A cassação da concessão está descartada, mas a ideia é pressionar por novos investimentos. Desde 2009, a ALL acumula 265 multas da ANTT, estimadas em R$ 111 milhões, sob acusação de má prestação de serviços e preços abusivos.

Segundo Rodrigo Campos, diretor financeiro e de relações com investidores da ALL, parte dessas multas se refere a problemas para homologação dos reajustes automáticos de preços na malha da antiga Brasil Ferrovias. "Eu calculo que 40% dessas multas são devidas aos reajustes automáticos e são questões que já foram resolvidas", diz.

Campos rebate as críticas em relação à empresa e diz que a ALL acumula um crescimento médio anual de 8% entre 1997 e 2012, aumentou a eficiência e reduziu o número de acidentes. Em novembro do ano passado, um descarrilamento de vagões de trem na malha da ALL em São José do Rio Preto (SP) matou oito pessoas. "As outras grandes empresas do setor têm como principais clientes os seus próprios acionistas. A ALL é a única que oferece serviços para terceiros de maneira ampla e com diversos usuários. É natural que haja um número maior de reclamações", diz.

A empresa vem sendo alvo de reclamações de clientes há algum tempo. Além de descumprir contratos, é acusada de impor preços abusivos. No Paraná, o setor do agronegócio é um dos que vem, nos últimos anos, condenando os preços da concessionária.

Malha

O governo quer que a ALL acelere investimentos em melhorias da malha. Em 2012, a concessionária teve que assinar um acordo com o governo estabelecendo um cronograma de obras para recuperar trechos degradados que não receberam investimentos. O prazo para recuperação vai até 2016 e inclui 2,5 mil quilômetros e cerca de R$ 200 milhões. Segundo a empresa, 694 km já foram recuperados, 279 km estão em fase de execução e outros 792 km dependem de licenças ambientais.

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