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Até o fim do atual mandato, o governo espera ter contratado mais de R$ 1,3 trilhão em investimentos privados no âmbito do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), segundo dados do Ministério da Economia.
Desse montante, pouco mais de R$ 78 bilhões devem ser executados já em 2022, o que representa aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O número eleva o otimismo da pasta para o crescimento econômico neste ano, estimado em 1,5%, bem acima da mediana do mercado, que está em 0,7%.
Até 2024, o aporte da iniciativa privada deve superar os R$ 356,8 bilhões, pelos cálculos do governo.
Os investimentos previstos estão muito acima do observado nos últimos anos – em 2021, por exemplo, os desembolsos no PPI ficaram na casa dos R$ 40 bilhões.
Em entrevista à Gazeta do Povo no fim de abril, Adolfo Sachsida, então chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, disse que a aprovação de uma agenda de reformas microeconômicas desde 2019 tornou o Brasil um “porto seguro do investimento internacional”.
Nessa lista de reformas, segundo ele, entra uma série de novos marcos, como do saneamento, do gás, das agências reguladoras, das startups, das ferrovias, da cabotagem e do câmbio. Nesta semana, Sachsida foi nomeado ministro de Minas e Energia.
“O elevado número dos investimentos apresentados apoia-se, em grande medida, na modernização recente de diversos marcos legais do setor de infraestrutura, que incentivaram a participação do setor privado”, diz nota técnica da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.
“Dessa forma, prevê-se redução da má alocação de recursos na economia e avanço da produtividade setorial e agregada, permitindo ampliar a geração de produção e de renda e de bem-estar para a sociedade brasileira”, complementa o texto.
Cinco setores concentram quase a totalidade do Capex no PPI: óleo e gás (49,9%), transporte (32,9%), energia elétrica (7,2%), projetos de entes subnacionais (5,5%) e comunicação (3,2%).
No setor de óleo e gás, o investimento está destinado quase totalmente aos contratos da exploração de campos sob regime de partilha ou de concessão. Nos transportes, 53% do aporte está programado para o modal rodoviário; 33% para o ferroviário, 7% para o aquaviário e 7% para o aeroportuário.
Os investimentos em energia são voltados principalmente para distribuição (58%), seguido da área de geração (30%) e de transmissão (12%).
Nos projetos dos entes subnacionais, ou seja, estados e municípios, 81% dos recursos privados destinam-se a projetos integrados de distribuição de água e tratamento de esgoto e mais 12% a projetos de esgotamento sanitário – a área de saneamento foi fortemente impactada pelo novo marco do setor, aprovado em 2021.
Os demais investimentos estão distribuídos em projetos de iluminação pública, resíduos sólidos, presídios, atenção à saúde, creches e unidades socioeducativas.
Os investimentos em comunicação, segundo a SPE, estão fortemente relacionados ao leilão da frequência 5G para telefonia, incluindo toda a infraestrutura relacionada.
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