Após participar da reunião de coordenação política do governo Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (27), o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que o Palácio do Planalto espera a recuperação da economia para o último trimestre deste ano. A nova previsão adia os planos do governo, que considerava que o país poderia voltar a crescer já no início do segundo semestre.
De acordo com Barbosa, a redução da meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB, medida que ainda tem gerado desconfiança no mercado e reflexos financeiros importantes, é “compatível com a manutenção dos principais programas do governo”, mas o Planalto não pretende usar as reservas internacionais para segurar a alta do dólar.
“[A redução da meta fiscal] É compatível com a manutenção dos principais programas do governo e com a recuperação da economia, que nós esperamos que já comece a acontecer a partir do final deste ano, a partir do último trimestre de 2015, e ganhe força a partir do ano que vem”, disse o ministro.
“O governo não pensa em utilizar os estoques de reservas internacionais [para segurar a alta do dólar], que é um ativo que dá ao governo brasileiro maior autonomia na condução de sua política econômica. Essa é um decisão que não é de agora, é de 2005, quando o governo do presidente Lula decidiu pagar a dívida do FMI e acumular reservas internacionais”, completou.
Inflação
Barbosa ressaltou ainda que vê sinais de recuperação em alguns setores da economia, como agronegócio e exportações, e que é “natural” que, com mudanças no cenário econômico, os preços flutuem e haja um aumento temporário da inflação, que deve ser reduzida no ano que vem.
“Temos um aumento temporário na inflação deste ano, mas as expectativas para o ano seguinte já indicam uma redução mais rápida para a inflação. Estamos numa fase de reequilíbrio, numa fase de ajuste. Durante essa fase há um aumento temporário da inflação e uma redução da atividade econômica, com flutuação de alguns preços”, disse. Para ele, o importante é que a economia brasileira “absorva” essas flutuações sem grandes prejuízos.