Para reduzir os subsídios do Tesouro Nacional ao BNDES, o governo decidiu, nesta quinta-feira (26), elevar em mais 0,5 ponto porcentual, para 6% ao ano, a taxa de juros de longo prazo cobrada pelo banco estatal na maior parte dos seus empréstimos.
A decisão foi tomada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado por Banco Central, Ministério da Fazenda e do Planejamento.
Essa foi a segunda alta consecutiva da TJLP, que é fixada trimestralmente. Seu último aumento aconteceu em dezembro, ainda na gestão da antiga equipe econômica, mas já sob orientação do atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A taxa permaneceu em 5% de 2012 até dezembro de 2014, um patamar muito inferior ao da taxa básica de juros, a Selic. Cobrir essa diferença implica custos para o governo, que serão atenuados com a elevação aprovada nesta quinta.
Mesmo assim, com o ciclo de alta da Selic, que está em 12,75%, e a inflação acima de 7%, essa diferença permanece alta.
Cenário
Em nota, o CMN informou que a decisão da alta foi tomada “procurando refletir melhor as condições financeiras atuais e observando o cenário macroeconômico internacional”.
O governo já sente efeitos da elevação da TJLP em dezembro e também das taxas do PSI (Programa de Sustentação do Investimento).
Segundo dados do Banco Central, os empréstimos do BNDES a empresas caíram quase pela metade no primeiro bimestre deste ano em comparação com mesmo período do ano passado.
Em janeiro e fevereiro, o banco financiou R$ 15,7 bilhões, enquanto que em janeiro e fevereiro de 2014, as empresas tomaram emprestado R$ 28,6 bilhões.