O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta segunda (27), em entrevista coletiva após reunião da coordenação política no Palácio do Planalto, que os ministros da gestão Dilma vão fazer reuniões, na volta do recesso parlamentar, com as principais lideranças da base aliada para aprovar a revisão da meta fiscal de 2015 e dos anos subsequentes. A intenção do esforço, segundo Barbosa, é passar as propostas no Legislativo “o mais rápido possível”.

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Segundo o ministro, o modelo será o mesmo adotado pelo governo durante o encaminhamento das medidas provisórias do ajuste fiscal, no primeiro semestre.

Na reunião, da coordenação política, com a presença da presidente Dilma Rousseff, Barbosa disse ter apresentado aos presentes os principais elementos e números que levaram o governo a decidir propor a alteração da meta fiscal de 2015 de 1,1% para 0,15%, além das mudanças nos anos de 2016 e 2017. Segundo ele, foi discutida a nova política de equilíbrio macroeconômico.

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Ele disse que a mudança da meta de 2015 poderá ser alterada a partir de um projeto que está em tramitação no Congresso ou mesmo com o envio de uma nova proposta pelo governo federal. O governo ainda não definiu o formato e vai conversar com seus líderes da Câmara e do Senado, destacou Barbosa. De acordo com ele, a alteração da meta de 2016, por sua vez, deverá ser alterada no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano, ainda não aprovado pelo Congresso.

Previsão do mercado para retração do PIB passa de 1,70% para 1,76% em 2015

A perspectiva de recuperação da atividade no ano que vem também segue debilitada. Passou de 0,33% para 0,20% nesta segunda-feira

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Mercados

Após a decisão do governo de propor a alteração da meta fiscal, a bosa caiu o dólar subiu, mas o ministro do Planejamento afirmou que o governo Dilma Rousseff tem condições de absorver as flutuações do mercado. Ele classificou o movimento como “natural” e disse que a tendência é o mercado se estabilizar.

“Os mercados estão fazendo o que os mercados fazem, flutuam diante de novas informações, não só no Brasil, como no mundo”, disse Barbosa. O ministro admitiu ainda que, em razão da eventual redução da meta fiscal de 2015 e de anos subsequentes, deve ocorrer um pequeno aumento do endividamento público do governo. Mas frisou que haverá uma estabilização da relação dívida/PIB.

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“Nós estamos numa fase de ajuste”, disse. “A direção está mantida, de equilíbrio macroeconômico, de estabilidade monetária e de recuperar o crescimento da economia”, completou. Ele reconheceu que vai ocorrer um aumento temporário da inflação em 2015. Contudo, a expectativa inflacionária para o ano que vem é de uma redução mais rápida.

Governo prevê recuperação da economia apenas no último trimestre

Após participar da reunião de coordenação política do governo Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (27), o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que o Palácio do Planalto espera a recuperação da economia para o último trimestre deste ano. A nova previsão adia os planos do governo, que considerava que o país poderia voltar a crescer já no início do segundo semestre.

De acordo com Barbosa, a redução da meta fiscal de 1,1% para 0,15% do PIB, medida que ainda tem gerado desconfiança no mercado e reflexos financeiros importantes, é “compatível com a manutenção dos principais programas do governo”, mas o Planalto não pretende usar as reservas internacionais para segurar a alta do dólar.

“[A redução da meta fiscal] É compatível com a manutenção dos principais programas do governo e com a recuperação da economia, que nós esperamos que já comece a acontecer a partir do final deste ano, a partir do último trimestre de 2015, e ganhe força a partir do ano que vem”, disse o ministro.

“O governo não pensa em utilizar os estoques de reservas internacionais [para segurar a alta do dólar], que é um ativo que dá ao governo brasileiro maior autonomia na condução de sua política econômica. Essa é um decisão que não é de agora, é de 2005, quando o governo do presidente Lula decidiu pagar a dívida do FMI e acumular reservas internacionais”, completou.

Inflação

Barbosa ressaltou ainda que vê sinais de recuperação em alguns setores da economia, como agronegócio e exportações, e que é “natural” que, com mudanças no cenário econômico, os preços flutuem e haja um aumento temporário da inflação, que deve ser reduzida no ano que vem.

“Temos um aumento temporário na inflação deste ano, mas as expectativas para o ano seguinte já indicam uma redução mais rápida para a inflação. Estamos numa fase de reequilíbrio, numa fase de ajuste. Durante essa fase há um aumento temporário da inflação e uma redução da atividade econômica, com flutuação de alguns preços”, disse. Para ele, o importante é que a economia brasileira “absorva” essas flutuações sem grandes prejuízos.