Depois de assinar os contratos com os bancos para pagamento das novas aposentadorias concedidas a partir de janeiro do próximo ano, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Valdir Simão, afirmou que o governo já se movimenta para resolver outro problema: quanto será cobrado das instituições financeiras que hoje já prestam o serviço. Atualmente, esse estoque é de 26,6 milhões de aposentadorias. "Vamos fazer uma contratação direta", afirmou Simão, que assinou o contrato com as instituições financeiras que participaram do leilão da folha de pagamento dos novos benefícios do INSS.
Antes, o governo pagava aos bancos para que os benefícios chegassem aos aposentados. Agora, ele pretende receber, porque considera que a carteira dos aposentados é um ativo - ou seja, as instituições financeiras podem alavancar a quantidade de clientes e ganhar dinheiro com os empréstimos concedidos para esse público.
Até 2007, o INSS desembolsava cerca de R$ 250 milhões por ano para que as instituições financeiras efetuassem o pagamento das aposentadorias. Em 2008, o governo fechou um acordo com os bancos, suspendendo o pagamento pela prestação de serviços até o final deste ano. Atualmente, está nas mãos do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, as negociações sobre como o governo cobrará dos bancos pelo pagamento do estoque dos benefícios a partir de janeiro do próximo ano.
No mês passado, o INSS realizou um leilão da folha de pagamento dos novos benefícios. Nesta segunda-feira (14), o presidente do INSS assinou o contrato com os bancos que participaram da licitação. Das 10 instituições financeiras que disputaram o leilão, sete arremataram os 26 lotes da folha: Bradesco, Mercantil, Itaú, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Santander, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Simão disse que o governo ficou satisfeito com o resultado da licitação. Os preços oferecidos pelas instituições financeiras serão utilizados na hora de negociar o valor que os bancos terão que desembolsar para efetuar o pagamento do estoque da folha do INSS. Segundo o presidente do INSS, não dá para calcular quanto o governo receberá dos bancos para realizar o pagamento das aposentadorias, porque boa parte dos benefícios mensais é temporário, o que influencia no cálculo das estimativas.
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