O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou ontem que o governo estuda a hipótese de criar uma nova estatal para atuar na produção de fertilizantes. "Seria uma empresa para atuar tanto nas matérias-primas, como no produto final", disse. Lobão quer entregar em março, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um novo modelo de produção mineral no país, que incluirá novas regras para os fertilizantes. Os ministérios de Minas e Energia e da Agricultura querem com isso garantir que o Brasil obtenha autossuficiência na produção de fertilizantes.O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu que a estatal para tratar do segmento seja "pequena, simples e enxuta". De acordo com ele, há necessidade de haver uma gerenciadora dos fertilizantes, mas não é questão fundamental a criação de uma nova empresa subordinada ao governo. "Podemos atribuir essa tarefa a uma estrutura já existente", comentou.
Ele ressaltou que os custos com fertilizantes representam de 10% a 30% dos gastos totais de produção, dependendo da área do país e levando-se em consideração a logística disponível para o transporte do material. Stephanes ponderou, porém, que a autossuficiência brasileira se dará apenas em um prazo de 6 a 10 anos.