O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, afirmou que o programa de renovação de frota que está sendo discutido entre o setor automotivo e o governo pode sair do papel já no primeiro semestre do ano que vem.
O ministro participou nesta quinta (10) da abertura do Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, e disse que as vendas de veículos na primeira semana de novembro passaram de 10 mil, segundo números da Anfavea, sinalizando um ‘ânimo e otimismo’ para o setor, que vive uma de suas piores crises, com os níveis de produção regredindo a 2003.
“Nós queremos apresentar ao presidente o projeto de renovação de frota no início de dezembro, dependendo da conclusão dos estudos, e vamos avaliar se é melhor fazer por Medida provisória ou Projeto de Lei. Acredito que ele pode sair do papel no ano que vem, mais tardar no fim do primeiro semestre”, afirmou Pereira.
Pereira disse que a ideia é renovar entre 800 mil e um milhão de veículos por ano, entre leves, caminhões e motos. Primeiro, a renovação atingiria veículos com mais de 30 anos de uso, e depois 25 anos, disse o ministro.
“Mas não posso dar mais detalhes porque isso ainda está em estudo”, afirmou o ministro, lembrando que a frota atual do país é de 50 milhões de unidades
Pereira também afirmou que o governo está conversando com os bancos públicos para melhorar as condições de financiamento, especificamente para motos. Há um pleito da Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes, de que não há financiamento para motos.
“Há uma demanda do setor de que não existe financiamento, já que os bancos privados resistem. Eu fiz a interlocução entre os bancos públicos e associação”, afirmou.
Paraguai
O ministro afirmou ainda que o governo discute com o Paraguai a proibição de importar veículos usados, que é feita por aquele país. Segundo o ministro, o Paraguai informou que trata-se de uma decisão complicada interromper essa importação, e que a redução poderá ser feita aos poucos. Pela via da exportação, Pereira informou que estão sendo concluídos acordos com a Colômbia e o Peru.
Antonio Megale, presidente da Anfavea, associação que reúne as montadoras, disse durante a abertura do Salão do Automóvel que várias tecnologias nos veículos que estão sendo apresentados saíram do programa do governo Inovar Auto, que tem como objetivo dar mais competitividade à indústria automobilística. Foram investidos pelas empresas R$ 15,3 bilhões no programa entre 2013 e 2015 em pesquisa e desenvolvimento, segundo o ministro Marcos Pereira.
“Precisamos ter uma nova política industrial, com visão de longo prazo, de mais de dez anos. Não podemos viver ano após ano sem recursos para financiar máquinas agrícolas, ou linhas de financiamentos para caminhões. Ou ter regras que mudam a toda hora”, disse Megale, durante a abertura do evento.
Megale afirmou que entre os 540 veículos apresentados no salão, cem deles são lançamentos, entre eles alguns modelos mundiais, com tecnologia de ponta. A expectativa é que pelo menos 700 mil pessoas visitem o salão até o dia 20 de novembro.