O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que, após cumprir um papel anticíclico para impulsionar a economia brasileira no pós-crise, o governo pretende reduzir os subsídios e os recursos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), abrindo mais espaço para o setor privado no financiamento dos investimentos. "A partir de 2011 vamos reduzir gastos de custeio e subsídios, vamos reduzir recursos para o BNDES para o setor privado en­­trar", disse o ministro, no seminário "2011-2014: o Brasil e os desafios do novo ciclo de desenvolvimento", realizado pela revista Carta Capital.

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Segundo o ministro, nas próximas semanas o governo deve anunciar medidas para ampliar o crédito do setor privado a longo prazo, dividindo esse papel com o BNDES. Mantega disse também que o governo vai "diminuir a política fiscal e abrir espaço para a política monetária, reduzindo a dívida pública e abrindo espaço para a queda dos juros".

Segundo ele, a economia brasileira deve crescer 7,5% em 2010 e reduzir o ritmo, em sintonia com o resto do mundo, para 5% em 2011. O ministro disse que o crédito do sistema financeiro nacional (sem contabilizar o mercado de capitais) chegará a 48% ou 49% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro de 2010. Em outubro, era de 47,2% do PIB e, em 2003, não ultrapassava 26,9%. "A economia possui hoje crédito suficiente para dar continuidade aos seus projetos", afirmou. Na semana passada, citando preocupação com uma possível bolha de crédito, o Banco Central anunciou medi­­­das para frear o financiamento de veículos, que ficará mais caro para o consumidor.

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Faturamento

Em outubro, o faturamento da indústria brasileira apresentou recuo com o resultado de setembro. O dado com ajuste sazonal cedeu 0,7% em outubro na comparação com o mês anterior. Já o faturamento sem ajuste sazonal caiu 2,6% em outubro. Setembro foi o melhor resultado da história da indústria.