Valor inicial para investir parte de R$ 70
Os valores mínimos que um investidor pode aplicar no Tesouro Direto variam, hoje, de R$ 69,92 a R$ 654,59. Os montantes correspondem a 10% do preço do título mais barato (Tesouro Prefixado 2018) e do título mais caro (Tesouro Selic 2017).
É necessário, para realizar o investimento, cadastrar-se gratuitamente no Tesouro Direto, por meio de um agente de custódia, que pode ser uma corretora ou um banco, por exemplo. A partir disso, a compra e a venda de títulos pode ser feita pelo próprio investidor, via internet, em uma área do Tesouro própria para esse fim.
O investidor irá arcar com duas tarifas: uma taxa de custódia semestral de 0,30% ao ano sobre o valor do título, paga à BM&FBovespa; e os eventuais encargos cobrados pelo agente escolhido para intermediar a aplicação as taxas variam de 0% a 2%, conforme o agente.
Há duas possíveis taxações sobre os rendimentos: Imposto de Renda Pessoa Física, com alíquotas que variam de 15% a 22,5%, conforme o prazo de vencimento do título; e Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), para ações resgatadas menos de 30 dias após a data de compra.
Se vender o título no prazo de vencimento original, o investidor irá receber todo o rendimento previsto no ato da compra, descontadas taxas e tarifas. Caso opte pela venda antecipada, será remunerado pelo Tesouro com base no valor de mercado do título, que pode ser inferior ao do vencimento.
A linguagem cifrada que dá nome aos títulos do Tesouro Direto, opção de investimento em títulos do governo federal, deixará de existir a partir do próximo mês. Para popularizar essa forma de aplicação, siglas como LFT e NTN-F serão substituídas por termos autoexplicativos, como "Tesouro Selic 2017" e "Tesouro Prefixado com Juros", respectivamente. A ideia, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), é simplificar o entendimento do investidor sobre cada opção de título: ao todo são dez, cada qual com preços, prazos e rendimentos próprios. A mudança, tomada após um estudo da STN indicar que havia pouca clareza sobre o tema, começa a vigorar em fevereiro.
INFOGRÁFICO: Veja todas as opções disponíveis para o investidor
A própria criação do Tesouro Direto, em 2002, foi uma ação para popularizar os investimentos em renda fixa, explica Amerson Magalhães, diretor da Easynvest/Título Corretora. "Antes disso, o pequeno investidor só tinha acesso aos títulos com fundos de investimento."
Magalhães destaca duas vantagens do Tesouro em relação aos demais investimentos do gênero. A primeira é o valor do aporte inicial, que parte de cerca de R$ 70, enquanto opções como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) podem exigir capital de R$ 30 mil. Outro diferencial é o baixo custo administrativo, formado por uma taxa de custódia de 0,30% e eventuais encargos da corretora ou banco que intermedeia o negócio.
Bom momento
A expectativa é que a mudança de nomes impulsione a compra de títulos, que estão em ascensão. No ano passado, até novembro, a compra de títulos, cresceu 23% sobre todo o ano de 2013, chegando à cifra de R$ 4,5 bilhões.
A operadora Deborah Bloise, da corretora Coinvalores, acredita que os aportes seguirão em expansão. "É um momento interessante. Juros reais acima de 6%, como os do Tesouro, são considerados altos. Há outros produtos no mercado que não rendem isso." Dois fatores que contribuem para a expectativa pela emissão de mais títulos são a inflação e a taxa básica de juros (Selic), que estão em alta e têm expectativa de seguir subindo ao longo deste ano.
As aplicações que se destacam são as pós-fixadas, com rendimento vinculado à Selic ou ao IPCA, como Tesouro Selic 2017 (antigo LFT) e as opções de Tesouro IPCA e Tesouro IPCA + com Juros Semestrais (antigos NTN-B e NTN-B Principal) estas últimas foram as mais procuradas em 2014, com quase metade do total de emissões. As pré-fixadas, por sua vez, são interessantes para quem busca certeza do retorno que obterá.
Magalhães pondera que, para o investimento dar o resultado esperado, é preciso aguardar o vencimento do título há opção de vendê-lo a qualquer momento. "É importante ter certeza de que você não precisará contar com esse recurso antes de o investimento vencer."
Outra recomendação é mesclar os papéis, para o caso de a economia mudar de rumo e frustrar a expectativa de juros e preços. "Isso protege o capital", orienta Deborah.
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