As lan houses brasileiras poderão receber benefícios do governo para ajudar na tarefa da universalização do acesso à internet para a população de menor renda. Para isso, o Ministério das Comunicações estuda maneiras de fomentar esses empreendimentos, além do incentivo a parcerias com governos estaduais e municipais.
"Além da construção e ampliação de telecentros, também podemos avançar na qualificação das lan houses como espaço público", afirmou nesta segunda-feira (5) o secretário executivo do ministério, Cezar Alvarez. Entre as medidas que podem ser estudadas, acrescentou, estariam preços diferenciados de acesso à rede da Telebrás e o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a estes empreendimentos.
O secretário também destacou a importância desse serviço para a que a população de baixa renda possa ter acesso a programas governamentais de capacitação e apoio a micronegócios, como o Pronatec e o Brasil Maior. "As lan houses têm de ser vistas como uma visão estratégia de serviço público", disse.
Alvarez lembrou, porém, que algumas cidades proíbem a abertura de lan houses nas proximidades das escolas, considerando o estabelecimento como uma mera casa de jogos. O melhor caminho, apontou o secretário, seria a busca de acordos com as administrações municipais para que os alunos possam utilizar o espaço de maneira complementar. "Queremos discutir alternativas para que esses empreendedores tenham renda, capacidade de manutenção e qualidade nos serviços."
A necessidade de ampliação do acesso à internet rápida para camadas mais pobres da população foi um dos temas abordados por um documento de 74 páginas publicado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo um dos artigos, além das desonerações para computadores, tablets e redes de fibras óticas, o governo precisaria reduzir também a carga de impostos sobre celulares e televisores para conseguir de fato universalizar o acesso à banda larga no País.
Em relação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o texto também orienta a construção de mais telecentros públicos para o acesso da população de baixa renda à rede, considerando que essas pessoas podem não ter condições de pagar R$ 35 por mês pela assinatura básica de 1 megabit por segundo (Mbps). Nesse sentido, o estudo ainda sugere a oferta de planos pré-pagos e de preços fracionados - semanais, por exemplo - para atender a essa demanda.
Celular popular
Em outro movimento na tentativa de inclusão social nas telecomunicações, o governo tem discutido e até mesmo feito simulações junto a operadoras móveis de telefonia para a criação do telefone móvel popular. Segundo Alvarez, a intenção é alcançar as camadas mais carentes da população, por meio do Cadastro Único para Programas Sociais, mais abrangente do que o próprio Bolsa Família. "Uma operadora já disse ter interesse", afirmou, sem identificar a companhia.