O governo federal afirmou nesta quarta-feira (20) que a mudança na regra de eficiência energética não fará com que as geladeiras passem a custar R$ 5 mil. A estimativa de preço foi divulgada pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) após o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciar a medida que exigirá, a partir de 2024, nível de eficiência de 85,5% para esses eletrodomésticos.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou, em nota, que “é falso que geladeiras passariam a custar no mínimo R$ 5 mil”. Já o MME destacou que a “afirmação da Eletros é inverídica e irresponsável, com o único objetivo de causar comoção”. “A referida associação apela para o sensacionalismo com o objetivo de reverter uma medida que vai na verdade beneficiar os consumidores, que pagam caro na conta de luz por conta de produtos ineficientes”, disse a pasta.
O presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento, disse em entrevista ao Estadão que “só vão ficar no mercado a partir de 2026 geladeiras com valor acima de R$ 4 mil e isso vai provocar um prejuízo gigante para a população das classes C, D e E”. O ministério rechaçou a declaração de Nascimento.
“Em primeiro lugar, a norma não retira nenhum equipamento de circulação até 2026, tempo suficiente para adaptação da indústria. Em segundo lugar, os equipamentos que seriam descontinuados em 2026 são uma fração pequena do mercado. Do total de 25 modelos de refrigerador de 1 porta, 17 atendem às normas, portanto, apenas 8 não poderiam ser comercializados a partir de 2026. Ainda assim, esses modelos podem ser adaptados e cumprir os novos requisitos estabelecidos”, ressaltou o ministério.
O governo afirmou que a meta da iniciativa é que os consumidores tenham acesso a refrigeradores domésticos melhores e que consomem menos energia elétrica. “Quem tem esses aparelhos em ótimo estado de funcionamento não precisa comprar um novo para estar de acordo com a resolução publicada”, diz o comunicado da Secom.
“A nova resolução vai garantir que, a partir de 2028, os produtos que estarão disponíveis nas lojas sejam, em média, 17% mais eficientes que os disponíveis hoje no mercado nacional (valores estimados tendo como base refrigeradores de 1 porta de 200 litros de volume interno). A ideia é retirar gradativamente do mercado os equipamentos de menor eficiência, que oneram o consumidor e o setor elétrico”, reforçou o governo.
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