Primeiros benefícios a passarem por revisão são o Bolsa Família e o BPC em busca de irregularidades.| Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já começou a revisar os benefícios sociais pagos principalmente através dos ministérios da Previdência e do Desenvolvimento e Assistência Social. A ordem para a análise dos pagamentos foi dada na última quarta (19) durante uma reunião do petista com ministros.

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Participaram do encontro os titulares da área econômica, como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão), aos que serão diretamente atingidos, como Carlos Lupi (Previdência) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).

Como a revisão está apenas começando, ainda não há uma previsão exata de quantos benefícios devem ser cortados e nem o valor que pode ser economizado. Fontes afirmam que o Bolsa Família e o BPC (Benefício de Prestação Continuada) são os primeiros a serem revistos.

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“As equipes do governo estão trabalhando o tema no âmbito dos ministérios envolvidos para avançar na questão. Não é possível detalhar as informações solicitadas, já que os resultados serão obtidos após a conclusão do levantamento em curso”, confirmou a Casa Civil à Gazeta do Povo nesta quinta (20).

Os gastos com estes benefícios, além das aposentadorias, custam ao governo R$ 1,2 trilhão ao ano. Na semana passada, Simone Tebet confirmou que estes pagamentos estariam na mira da equipe econômica, além do abono salarial, seguro-desemprego, auxílio doença e aposentadoria dos militares.

“Tudo está na mesa, nada está interditado, a não ser a valorização do salário mínimo e a desvinculação da aposentadoria (do salário mínimo)”, afirmou.

A revisão dos benefícios faz parte da determinação de Haddad para que o governo comece a cortar gastos após alertas do mercado financeiro, de que o ajuste fiscal com base na arrecadação chegou a um limite. Isso foi potencializado após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolver a medida provisória que restringia o uso de créditos de PIS/Cofins, que teria a arrecadação usada para compensar a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam.

Revisão desagrada Lula e Lupi

O corte em benefícios sociais, no entanto, desagrada ao presidente Lula. Na última terça (18), ele criticou a possibilidade de rever estes gastos e voltou a disparar contra os subsídios concedidos pelo governo, de R$ 546 bilhões segundo informado a ele por Haddad e Tebet.

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“A gente discutindo corte de R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões, R$ 12 bilhões, e de repente você descobre que tem R$ 546 bilhões de benefício fiscal para aos ricos desse país. E você vai tentar jogar isso em cima de quem, do aposentado, do pescador, da dona de casa, da empregada doméstica? Então, quero discutir com seriedade”, afirmou em entrevista à rádio CBN.

Além de Lula, o próprio ministro Carlos Lupi também criticou a revisão de benefícios da Previdência para cortar gastos do governo. Ele pediu cautela nas discussões, e também mirou no Congresso Nacional por cortes nas contribuições dos municípios ao INSS e em novos direitos ou desonerações.

Ele disse que a pasta também está tomando medidas para reduzir gastos, como a implantação do Atestmed, uma plataforma digital que aceita atestados médicos para concessão de auxílio-doença sem perícia presencial.

“Em vez de pagar 12 meses de benefício, estou pagando em média 90 dias. Estou economizando”, explicou Lupi acrescentando que a redução das filas de espera do INSS também contribuiu para uma menor judicialização dos pedidos de benefício.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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