O governo decidiu ampliar a taxação sobre os empréstimos no exterior, estendendo para dois anos o prazo das captações sujeitas à alíquota de 6 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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A medida é mais um capítulo da tentativa do governo de tentar brecar a queda do dólar em meio à forte entrada de capitais no país. O governo impôs a alíquota de 6 por cento de na semana passada, mas somente sobre empréstimos externos com prazo de até 360 dias.

"Achávamos que um ano já seria suficiente, mas não é". disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega a jornalistas. "O mercado internacional está muito líquido", completou.

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"Essa medida... procura reduzir a oferta de crédito e evitar a valorização do câmbio."

O dólar chegou a ser cotado abaixo de 1,600 real para compra pela primeira vez desde agosto de 2008 nesta quarta-feira, mas passou a subir após o anúncio de que Mantega divulgaria novas medidas cambiais.

O anúncio, porém, foi recebido com ceticismo pelo mercado. "É uma medida muito pequena, na minha opinião", disse Enrique Alvarez, diretor de pesquisa da consultoria IDEAGlobal, em Nova York. "Qual a mensagem que ele está tentando mandar? Que não vai permitir que a moeda caia abaixo de 1,60 real e que ele está pronto para anunciar mais medidas. Mas, ao mesmo tempo, os mercados sabem que o arsenal é limitado a medidas fiscais."

O próprio Mantega afirmou que evita tomar medidas "drásticas" e que o investimento estrangeiro direto será poupado. "Temos um rol de medidas que podemos tomar e procuramos tomar uma medida que não interfira muito com a economia. É claro que poderíamos tomar medidas muito mais drásticas, mas aí começa o efeito colateral".

"Prefiro errar para menos do que errar para mais", disse.

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Mantega também disse que a elevação da nota de crédito do Brasil pela Fitch, na segunda-feira, contribui para acelerar a entrada de dólares no país e foi levada em consideração.

Dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira revelaram a entrada líquida de 35,227 bilhões de dólares no ano, até 1o de abril. É mais do que todo o fluxo cambial registrado em 2010.

A nova medida vale a partir de quinta-feira.