O governo central registrou em novembro um déficit primário de R$ 4,325 bilhões, o pior resultado fiscal para o mês desde o início da série do Tesouro Nacional, mostraram dados divulgados nesta terça-feira.

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A piora do saldo, que se compara a um superávit primário de R$ 14,865 bilhões em outubro e a um superávit de R$ 4,504 bilhões há um ano, reflete uma retração das receitas públicas em meio ao desaquecimento da economia. e também uma elevação das despesas.

Apesar do resultado menos favorável de novembro, o superávit acumulado no ano pelo governo central - Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência - já supera em mais de R$ 10 bilhões a meta do governo para o ano, de R$ 77,6 bilhões.

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"Não há nenhuma frustração de planejamento de resultado", afirmou o secretário do Tesouro, Arno Augustin, a jornalistas. "A receita não deve ficar, no ano, significativamente diferente do planejado."

As receitas da União caíram 1,85% em novembro frente ao mesmo período do ano passado, na primeira queda na comparação anual desde pelo menos janeiro de 2004, mostraram dados da Receita Federal na última semana.

Ao divulgar os dados, o Fisco atribuiu a retração a uma queda da lucratividade das empresas em meio ao desaquecimento da economia.

Na comparação com outubro, as receitas do Tesouro caíram 18,8%, afetada também por motivos sazonais, uma vez que em outubro há uma concentração de recolhimento de determinados impostos. A despesa, por sua vez, cresceu 8,6%.

Os investimentos do governo aumentaram em R$ 1,1 bilhão no mês, para R$ 2,9 bilhões.

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No ano, o superávit primário acumulado equivale a 3,45% do Produto Interno Bruto, frente a 2,78% do PIB no mesmo período de 2007. A meta do governo é de 3,8% do PIB, mais uma economia adicional de 0,5 ponto do PIB para alimentar o fundo soberano, cuja criação já foi aprovada pelo Congresso.

A expectativa do governo é que, excluindo os gastos para o fundo soberano, o resultado superará a meta do governo.

"A maior probabilidade é que o primário seja um pouco maior que os 3,8 (por cento do PIB no ano)", afirmou Augustin.