Se novas despesas forem aprovadas no Congresso, o governo terá dificuldades em cumprir a meta fiscal do ano, afirmou nesta quarta-feira (4) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Estamos sempre preocupados, mas temos conseguido evitar que projetos de lei que venham a aumentar os gastos sejam aprovados. Tem havido compreensão do Congresso, não podemos aumentar as despesas", afirmou.
Mantega esteve reunido na terça-feira (3) com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e outros parlamentares para discutir o trâmite de projetos de lei que tenham impacto fiscal. A meta fiscal para o ano é de poupar 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto) ou R$ 99 bilhões para pagamento dos juros da dívida.
Um dos projetos que preocupa o governo é o que muda o indexador usado para o cálculo do pagamento das dívidas de Estados e municípios com a União - que deve reduzir a quantia a ser paga. As comissões de Assuntos Econômicos e de Constituição e Justiça do Senado aprovaram o relatório do projeto, e a matéria está pronta para ir à votação em plenário.
Setor elétrico
Sobre a sinalização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de que serão necessários novos aportes ao setor elétrico, Mantega afirmou que não vê necessidade de novos recursos. Segundo ele, os problemas das distribuidoras foram equacionados com os R$ 11,2 bilhões do empréstimo intermediado pelo governo com o setor financeiro. A Aneel afirma que esse dinheiro foi o bastante para cobrir as despesas até junho.
"A situação do setor melhorou, o regime de chuvas deu uma melhorada, o preço da energia está caindo", disse. "No momento, não vejo necessidade de um novo aporte. Estamos observado mês a mês, dia a dia, de forma a manter o funcionamento pleno de energia", completou o ministro.