O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (4), em São Paulo, que o governo deve anunciar em 20 dias uma série de medidas para reduzir os custos das empresas que são intensivas em mão-de-obra. O objetivo é reduzir a crise causada em certos segmentos da economia, que perderam competitividade no mercado internacional por causa da queda do dólar.
Em 2002, a cotação do dólar chegou perto dos R$ 4. Depois disso, a moeda norte-americana só caiu, graças à entrada de moeda estrangeira no país e ao otimismo sobre a economia local. Desde o início do ano, o mercado de câmbio testa o valor de R$ 2 para US$ 1. Nesta sexta-feira, a moeda fechou a R$ 2,034, próxima do menor valor em seis anos, apesar da forte atuação do Banco Central (BC) no mercado, comprando dólares.
Segundo o ministro, vários setores deverão ser contemplados pelo benefício, entre eles têxtil, confecções, calçados, móveis e construção civil. "Queremos desonerar as folhas de pagamento das empresas de mão-de-obra intensiva", comentou.
Equipe técnica
Mantega não quis dar mais detalhes sobre as medidas que devem ser anunciadas até o final do mês pois, segundo ele, a equipe técnica está estudando seus impactos sobre as contas públicas.
"As alternativas estão sendo analisadas. Se os benefícios virão sobre a folha de pagamento, PIS/Cofins ou sobre o faturamento, não temos uma posição definitiva. Não quero ser precipitado, pois isso pode causar uma repercussão forte", disse.