A ofensiva de comunicação que o governo prepara para a reforma da Previdência deverá ter apelos a um país mais justo e ameaça da impossibilidade de aposentadoria para filhos e netos dos brasileiros que hoje estão no mercado de trabalho. O Planalto promete enviar a matéria ao Congresso ainda neste mês, e o presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (21) nos Estados Unidos que a reforma só deve ser aprovada no ano que vem.
Entenda as regras atuais da Previdência
Entre as possibilidades discutidas estão peças publicitárias com os dizeres “O Brasil precisa ser mais justo”, “Seus filhos e netos merecem ter Previdência” e “A população idosa vai triplicar até 2050” – esta mensagem é embasada em uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada no fim do mês passado. Haverá uma segmentação de público, entre as variadas classes sociais, além de um trabalho específico para os parlamentares, especialmente deputados.
O trabalho é desenvolvido por várias agências de publicidade, que receberam os briefings (demandas iniciais para campanhas) no começo do mês. Nesta quarta-feira à noite, cerca de 30 publicitários estiveram no Palácio do Planalto com o secretário de Comunicação Social da Presidência, Márcio de Freitas, para seguir na discussão das estratégias. Foram apresentados exemplos de conteúdos e formatos.
“Tática de enfrentamento”
A ideia é que a campanha lance mão de vários canais: rádio, TV, internet, peças publicitárias na rua, jornais e revistas, por exemplo. Ainda está sendo considerada a possibilidade de o presidente Michel Temer aparecer nessas propagandas.
As agências e o governo também querem que as publicidades – que deverão ter gráficos didáticos e fotos de pessoas se abraçando – direcionem a população ao Portal Brasil (brasil.gov.br), onde os dados serão explicados com mais aprofundamento. Será enfatizado que o governo está empenhado na aprovação da reforma, e a expressão “saiba o que o governo vem fazendo” deverá ser largamente utilizada.
Na parte digital, falou-se em “tática de enfrentamento” e “batalha” na reunião de quarta-feira no Planalto. A avaliação é que a reforma da Previdência não avançará, se o “Fora, Temer” persistir, bem como a alta rejeição do governo efetivado na Presidência há menos de um mês.
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