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finanças públicas

Governo vai cortar 20% dos empréstimos do BNDES

O Brasil vai reduzir os financiamentos do BNDES em cerca de 20% no próximo ano, para sustentar as finanças do país, após apresentar o maior déficit fiscal em quase quatro anos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o BNDES vai prover cerca de R$ 150 bilhões em novos financiamentos em 2014, comparados aos R$ 190 bilhões este ano.

A redução em empréstimos pelo BNDES, cuja carteira de US$ 232 bilhões é 60% maior do que a do Banco Mundial, seria uma resposta à preocupação levantada pela agências de classificação de risco Moody´s e a Standard & Poor sobre o aumento do endividamento público a níveis maiores que o de outras nações com a mesma nota de crédito.

Para dar conta dos valores recordes de desembolso projetados para este ano, o BNDES precisava continuar recebendo aportes do Tesouro Nacional, para complementar seu funding (capital), mantendo-se a política iniciada em 2009. Os R$ 190 bilhões previstos neste ano exigiriam aporte extra de cerca de R$ 30 bilhões do Tesouro Nacional no segundo semestre.

Esses recursos seriam adicionais aos R$ 15 bilhões emprestados no fim do primeiro semestre, como uma injeção de capital – melhorando os indicadores de capitalização do banco. No entanto, as críticas do mercado internacional, de economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para Cooperação e Desenvol­vimento Econômico (OCDE), bem como a ameaça de rebaixamento por parte das agências de risco, assustaram o governo. Em meados de outubro, Guido Mantega anunciou que a meta do governo era zerar, no futuro, os aportes do Tesouro ao banco de fomento.

Dívida

Para o economista Gabriel Leal de Barros, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a declaração do ministro da Fazenda aponta para o fim da política de recomposição de funding dos bancos públicos, "principal responsável por fazer a nossa dívida pública ser o dobro da média dos países latino-americanos". "A motivação para as declarações é o receio de sofrer um downgrade (rebaixamento na nota de crédito do País dada por agências de risco)", afirma Barros.

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