A equipe econômica já trabalha informalmente para fazer um superávit maior do que a meta de 3,3% de superávit primário do setor público fixada para este ano. Essa "gordura" adicional no esforço fiscal do governo, que deverá ser garantida com o aumento da arrecadação, vai funcionar com uma espécie de poupança preventiva que poderá ser ou não usada dependendo dos desdobramentos dos cenários interno e externo.
Além disso, o governo considera que, além de elevar o superávit primário e aumentar a taxa de juros (Selic), pode lançar mão de medidas para fechar a "torneira do crédito", encarecendo o seu custo via tributação ou aumento dos compulsórios dos bancos.
Os secretários do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, já deram indicações de que o governo poderá elevar seu superávit. Por ora, a estratégia é ganhar tempo para obter mais dados sobre a economia e seu impacto nas contas públicas.
Enquanto isso, a área econômica aproveita a retomada mais intensa das receitas para, informalmente, reforçar o superávit primário sem mudar a meta ou, se o comportamento da economia assim exigir, elevá-la oficialmente.
Folga fiscal
Na primeira hipótese, a economia poderá reforçar o Fundo Soberano do Brasil (FSB), que atualmente acumula cerca de R$ 17 bilhões. O relatório de avaliação bimestral da evolução das receitas e despesas do Orçamento, divulgado na quinta-feira, se insere nessa estratégia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .