O governo federal aposta em um aumento no volume de chuvas capaz de deixar a situação dos reservatórios das hidrelétricas mais favorável no fim de janeiro e estima impacto máximo de alta de 2 a 3%, em média, nas tarifas dos consumidores devido ao uso de termelétricas.
Além da volta das chuvas, o governo sustenta que não há risco de racionamento de energia com base na entrada em operação de novas termelétricas.
Na semana passada, fontes ouvidas pela Reuters disseram que o mercado de energia já começava a se preocupar com a possibilidade de um racionamento, com os reservatórios das hidrelétricas nos menores níveis em uma década.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS), Hermes Chipp, disse nesta quarta-feira que cerca de 3 mil megawatts serão agregados ao sistema até abril, quando termina o período de chuvas.
"Temos térmicas a carvão da MPX, em Pecém, temos a térmica da Petrobras em Suape e temos as usinas de Maranhão IV e V", disse Chipp em entrevista coletiva, após reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
Segundo o diretor-geral do ONS, num cenário extremo as tarifas para os consumidores terão um aumento de 3 por cento em 2014, se todas as usinas termelétricas permanecerem acionadas até o fim deste ano.
Mas esse impacto pode ser atenuado, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda alternativas para que o consumidor não pague sozinho o custo das termelétricas em operação, segundo Chipp.
Essa seria uma maneira de evitar que a redução tarifária de 20 por cento nas contas de luz prometida pela presidente Dilma Rousseff no ano passado - por meio da renovação antecipada e onerosa de concessões do setor elétrico, aportes do Tesouro e redução de encargos - seja afetada pela operação das termelétricas.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, descartou ainda que ocorra falta de gás natural para a indústria, diante do uso do combustível para abastecer as termelétricas acionadas para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas.
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