O uso dos aparelhos de navegação continua crescendo entre os consumidores brasileiros. Segundo pesquisa realizada pela Navteq líder global no fornecimento de mapas, dados de trânsito e localização, que incluiu pela primeira vez o Brasil no grupo de 13 países avaliados um terço dos consumidores têm experiência com navegação, além de 90% mostrarem familiaridade com os instrumentos. No total, foram entrevistadas 13 mil pessoas, sendo mil dentro do país.
Entre os variados formatos, a navegação nos veículos lidera a preferência dos entrevistados, com 87%. O uso em celulares e/ou smartphones aparece em segundo lugar (86%). Esses itens foram apontados como os principais e com os quais o público demonstrou maior facilidade de adaptação.
Embora a familiaridade com os sistemas de navegação nos veículos seja elevada (79%), somente 15% desses consumidores indicaram o uso efetivo desse sistema. A maioria dos consumidores indicou a utilização de um PND (25%) e celulares/smartphones (23%).
Entre esses usuários está a administradora Mariana Zanon, 24 anos, que utiliza diariamente o seu GPS para ganhar tempo e economizar combustível. "Sempre tento chegar aos lugares pelos caminhos mais curtos e com menos tráfego." Ela utiliza um aparelho modelo Garmin Nüvi. "Antes eu perdia muito tempo para chegar aos lugares. Agora, ainda que existam outros aparelhos com tecnologia melhor, mais completos, esse consegue suprir essa necessidade."
Uma das críticas feitas ao GPS, porém, é em relação às abreviaturas dos nomes das ruas, que tem provocado confusão em alguns momentos. "Nem todos os aparelhos têm atualização rápida. Quando surgem ruas com nomes que iniciam com as palavras padre ou coronel, por exemplo, ocorre algum problema."
O uso contínuo do GPS tem levado algumas concessionárias a colocarem o aparelho entre os itens opcionais, além de contar com diversos modelos nas prateleiras das lojas. "Eles são oferecidos como opcionais e a maioria das pessoas interessadas em um veículo novo opta por adquirir o aparelho", diz o vendedor Ricardo Garcia, da concessionária Fiat Florença. Ele lembra que há aparelhos para todos os gostos e as necessidades, cujos preços variam de R$ 350 a R$ 900. O designer gráfico Aloísio Bunn, dirige uma moto e, por conta disso, considera seu aparelho mais eficaz junto ao celular. A crítica, no entanto, é em relação à agilidade. "Ele demora um pouco para pegar os sinais do satélite, se comparado aos modelos que estão nos carros. Demora principalmente em dias de muita chuva ou quando há muitas nuvens." Utilizando um modelo Nokia 5.800, Aloísio baixou o software que já vem no aparelho. "O aparelho comporta muitas coisas e também possibilita captar os locais onde estão localizados os radares na cidade."
Tradição
A tecnologia, no entanto, não é unanimidade. O taxista Cláudio Kahl, 46 anos, há quatro trabalhando pelas ruas da cidade, continua a usar um guia de ruas da capital. Há tempos em desuso, ele prefere o velho papel ao GPS por uma questão de segurança. "Posso até ser ignorante por isso, mas seria uma coisa a mais para chamar a atenção de ladrões. Por causa disso nem uso relógios ou correntes. Além de roubarem o GPS, ainda teria que arcar com despesas do vidro."