A maioria das grandes companhias apresenta índices de eficiência razoáveis no aproveitamento de energia, desperdiçando menos que pequenas empresas, porque sabem que isso representa retorno financeiro, avalia o chefe da Divisão de Planejamento e Conservação de Energia da Eletrobrás, Hamilton Pollis.
Segundo ele, outro fator que contribui para o bom aproveitamento é uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas de serviços de conservação de energia, além de programas de crédito para a indústria em geral.
O crédito vale para investimentos em saneamento ambiental (aterros sanitários, projetos de água e esgoto), redução do uso de energia e materiais por unidade de produto ou serviço, recuperação e conservação de ecossistemas e biodiversidade, planejamento e gestão ambiental, recuperação de passivos ambientais.
Pollis salienta, também, a existência de outras linhas disponíveis no mercado com o objetivo de reduzir o desperdício de energia. E cita o caso do financiamento à aquisição de sistemas de aquecimento solar em vários bancos, entre os quais a Caixa Econômica Federal.
Comparando o Brasil com outros países em desenvolvimento e nações industrializadas, Hamilton Pollis diz que "não está tão bem como a gente gostaria, nem tão mal como a gente imagina às vezes".
O funcionário da Eletrobrás acha difícil comparar os índices de conservação de energia no Brasil e no exterior, porque, em muitos países, o perfil de consumo per capita é diferente e o clima frio exige uso maior de energia.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, o consumo per capita residencial no Brasil é de 141,9 quilowatts/hora (KWh) por mês, bastante inferior ao de países industrializados, onde a média beira os 300 KWh por mês.