Blu-ray dá novo gás às videolocadoras
Apesar de viver um momento de crise, o mercado de videolocadoras está encontrando um novo ânimo com o crescimento da participação dos blu-rays. O novo formato não pode ser pirateado com a mesma facilidade do DVD, devido ao alto custo da mídia de gravação. Esse fator anima o setor, que nos últimos cinco anos viu o número de videolocadoras cair 60%, de acordo com dados da Associação Brasileira de Videolocadoras (ABV). Em compensação, o mercado de blu-rays tem crescido vertiginosamente, com a diminuição dos preços dos aparelhos para o consumidor. No ano passado, em todo o Brasil, as locadoras adquiriram 260 mil unidades para locação, contra apenas 19 mil em 2009.
Os esforços do YouTube, portal de vídeos controlado pelo Google, para que os grandes estúdios de cinema de Hollywood ofereçam seus lançamentos para locação por meio do site uma negociação que dura dois anos estão próximos de se concretizar. Em breve, os filmes da Sony Pictures Entertainment, da Universal Pictures e da Warner Brothers poderão ser alugados via YouTube. A informação foi confirmada por dois executivos dos estúdios que falaram sob a condição de anonimato. Eles alegam que a equipe do portal será a responsável pelo anúncio oficial do acordo. O valor da locação será similar ao cobrado pela iTunes Store, da Apple.Mesmo com essas parcerias, o YouTube terá apenas metade dos gigantes da indústria de cinema a bordo de seu serviço. Continuarão de fora o Walt Disney Studios intimamente ligado à Apple , o 20th Century Fox e a Paramount Pictures. A Viacom, holding que controla a Paramount, continua brigando com o YouTube na Justiça sobre questões de direito autoral. Juntos, esses três estúdios detêm cerca de 60% do mercado cinematográfico dos EUA.
O YouTube se recusou a comentar os novos acordos. "Desde que lançamos a locação de filmes, há mais de um ano, adicionamos continuamente mais e mais títulos ao serviço, que hoje oferece milhares de opções aos usuários", diz um comunicado do portal. A Lionsgate Entertainment, a Weinstein Company e outros produtores independentes já oferecem, por meio do site, o aluguel de filmes como Todo Mundo em Pânico 4, Os Indomáveis e Jogos Mortais. Cada locação custa entre US$ 2 e US$ 4. A entrada em cena de gigantes como Sony, Universal e Warner, no entanto, dá ao portal mais poder de fogo para enfrentar concorrentes como iTunes, Amazon e Netflix.
Diversas estratégias estão sendo adotadas pelo YouTube para manter os usuários conectados ao site por mais tempo e conquistar público da tevê tradicional para, assim, atrair investimentos publicitários. Apesar da popularidade do portal os vídeos do YouTube são assistidos 2 bilhões de vezes por dia , seu serviço de locação de filmes parece não ter decolado.
Segundo James McQuivey, analista de mídia digital da consultoria Forrester Research, no entanto, o YouTube oferece mais do que apenas novos espectadores aos estúdios de cinema. O Google tem poder para repassar dados valiosos aos seus parceiros, como o número de pessoas que buscam determinado filme na internet ou que termos são usados na procura por esses títulos. "Trata-se de uma corrente de marketing que liga causa e efeito, e isso nenhuma outra empresa que negocia com os estúdios o direito para locação de filmes pode oferecer", diz McQuivey.
Acordos
Os estúdios têm declarado repetidas vezes que a estratégia deles no mundo digital envolve acordos para a comercialização de filmes sob demanda, e com o maior número possível de sites confiáveis. Essa disposição indica que o setor aprendeu algumas lições com as tentativas frustradas da indústria fonográfica de limitar o consumo de músicas via internet. Hollywood também está ansiosa para encontrar algo que cubra a queda no faturamento da venda de DVDs.
Porém, o clima de animosidade que existia entre o YouTube e os estúdios demorou a se dissipar. Nos seus primeiros anos de existência, o portal de vídeos foi protegido pela Lei de Direitos Autorais dos EUA enquanto declarava que não tinha obrigação legal de retirar do site material não autorizado, a menos que os proprietários das imagens solicitassem especificamente a sua remoção. Essa postura gerou uma ação judicial de US$ 1 bilhão, movida pela Viacom, além de atrair antipatia generalizada por parte dos executivos das empresas de mídia.
A atual boa vontade de estúdios tradicionais em brincar com o YouTube é reflexo das mudanças adotadas pelo portal com o objetivo de se afastar da imagem de bazar on-line. Além disso, o site tornou mais fácil a remoção de conteúdo pirata. Também ajuda o fato de um juiz federal de Nova York ter julgado em favor do YouTube no processo contra a Viacom, que, por sua vez, já recorreu da decisão.
"O fato de alguns estúdios ainda desconfiarem do Google só demonstra que, apesar de ser uma atitude obviamente acéfala, o receio de fechar acordos com a gigante do Vale do Silício continua a pesar", diz McQuivey. "Eventualmente, todos eles fecharão esses acordos. Afinal de contas, qual motivo poderá justificar a recusa em colocar seu conteúdo no caminho de milhões de usuários?".
Tradução:João Paulo Pimentel
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