As sacolas oxibiodegradáveis, uma versão das sacolinhas plásticas de supermercado considerada menos agressiva ao meio ambiente, estão ganhando mais espaço nos supermercados do Paraná. Desde ontem, a rede Condor passou usar o modelo que é considerado ecológico. É a primeira grande rede do estado a aderir à embalagem, que já vinha sendo usada nos supermercados Cidade Canção, de Maringá, e nas lojas dos Armazéns da Família, da prefeitura de Curitiba. Dentro de dois meses, as lojas do Super Muffato devem implantar o mesmo modelo.

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A decisão do Condor de implantar a versão oxibiodegradável é uma antecipação à exigência do Ministério Público Estadual de que as grandes redes de supermercado do Paraná apresentem, até o fim deste mês, alternativas ao uso de sacolas plásticas. A cada mês, o passivo ambiental gerado pelos supermercados do Paraná gira em torno de 80 milhões de sacolas. Só nas 25 lojas da rede Condor, são 10 milhões de pacotes de compra por mês. "Foi uma mudança que significa uma despesa de 10 a 15% mais alta com embalagem. Mas não vai mudar nosso sistema de compras, que sempre foi quinzenal", diz o presidente da rede, Pedro Joanir Zonta.

De acordo com o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente (Caop), a adoção das sacolas oxibiodegradáveis é a mais provável solução dos supermercados para o passivo ambiental gerado pelas empresas. "As sacolas unem mais um componente que facilita sua decomposição. As comuns usadas como saco de lixo deixam o material orgânico hermético, atrapalhando sua decomposição", explica o procurador.

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A versão oxibiodegradável leva um aditivo que quebra as moléculas do plástico e promove a aceleração da decomposição do material, pela atuação da temperatura, do sol, do vento e de outras variáveis naturais. Elas se desintegram num período de 6 a 18 meses, enquanto o plástico comum demora até 500 anos para se decompor totalmente. "O aditivo é um produto importado, com custo que chega a R$ 50 por quilo, enquanto a matéria-prima da sacola comum sai por R$ 5 o quilo", diz Celso Gusso, da fabricante de embalagens Arauplast. Segundo ele, que já está fazendo a sacola ecológica para 30 empresas do estado, o faturamento da fábrica não aumentou, porque não houve aumento de clientes, só substituição dos pedidos.

Além do Condor, o Super Muffato também encomendou a nova embalagem. "Dentro de 60 dias começamos a substituição, mas é provável que continuemos com as sacolas plásticas durante mais algum tempo, até que acabe o estoque", diz o presidente da rede, Éverton Muffato. Nas lojas das redes Wal Mart e Pão de Açúcar ainda não foi definida uma proposta a ser levada ao MP. O Wal Mart ainda estuda, com base em informações repassadas pela Associação Paranaense de Supermercados (Apras), que providência deve tomar.