Seguindo um movimento mundial anunciado em Londres, a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) iniciou nesta terça-feira processos contra 20 usuários de downloads ilegais no Brasil.
Em entrevista, a associação - que reúne as principais gravadoras brasileiras - divulgou uma pesquisa, segundo a qual a pirataria movimentaria o equivalente a 115 milhões de CDs por ano no Brasil, contra 55 mil da indústria legal. A ABPD escolheu usuários que disponibilizaram entre 3 e 5 mil músicas na rede para download gratuito ilegal e os denunciou em processos cíveis. Segundo Paulo Rosa, diretor da ABPD, a intenção é mostrar às pessoas a gravidade da pirataria digital e educar pais e filhos contra essa prática.
A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, da sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira que está iniciando uma nova leva de 8 mil processos contra supostos compartilhadores de arquivos na internet em todo o mundo em uma campanha para tentar acabar com a pirataria na rede e encorajar o uso de serviços autorizados de downloads. As novas ações estão sendo implementadas em 17 países, incluindo Brasil, México e Polônia.
Somente no Brasil, estima a IFPI, foram baixadas ilegalmente 1 bilhão de músicas em 2005 - reforçando dados de recente pesquisa da Associação Brasileira de Produtores de Discos .
Segundo a IFPI, os ganhos das gravadoras no Brasil, o maior mercado da América Latina, caíram à metade desde 2000. Na segunda-feira, em uma operação da Polícia Federal, cerca de 20 pessoas foram presas no Brasil por pirataria na internet.
Em todo o mundo, a IFPI estima que 20 bilhões de músicas são baixadas ilegalmente no ano passado - em especial em redes de compartilhamento (P2P ou peer-to-peer) como eMule e Kazaa. A indústria mundial já registrou cerca de 18 mil processos nos Estados Unidos, o maior mercado de música do mundo, e 13 mil em outros países.
Os procedimento legais incluem processos criminais e civis e tem o foco nos "uploaders" - usuários que, sem permissão, colocam as músicas à disposição dos demais internautas nos servidores das redes de compartilhamento de arquivos. O IFPI informou que muitas pessoas apontadas nas ações são pais de menores que praticam a pirataria.
O grupo acrescentou que mais de 2,3 mil pessoas finalizaram seus processos por compartilhamento ilegal de material com um pagamento de, em média, US$ 3 mil de multa.
Em julho, o serviço de compartilhamento de arquivos Kazaa foi multado pela indústria fonográfica em US$ 100 milhões por promover a oferta de músicas ilegais.
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