Grávida e contratada

Hoje em dia, a situação da mulher é muito diferente do que há algumas décadas. Antigamente, a mulher, na maioria dos casos, precisava deixar de lado o seu trabalho para cuidar dos filhos. Porém, sabemos que atualmente isso é cada vez mais raro. Apesar de ainda não ganharem igual aos homens, as mulheres trabalham, casam, têm filhos e continuam trabalhando e evoluindo em suas carreiras.

Porém, a questão da gravidez ainda é algo delicado para muitas empresas – principalmente as de pequeno e médio porte. Portanto, muitas mulheres que engravidam ficam receosas com o futuro de suas carreiras, já que ficarão meses longe do trabalho. Por mais que a gravidez seja motivo de alegria, ela ainda deve ser lidada com cuidado quando o assunto é a vida profissional. Mas nem por isso as mulheres perdem seus empregos ou deixam de ser profissionais competentes.

Para explicar melhor essa situação, exemplificarei com o caso de uma profissional que me mandou um e-mail pedindo que eu o publicasse para servir como exemplo a outras mulheres.

"Querido Bernt, escrevo-lhe para mostrar como a mulher está ganhando espaço, respeito e confiança no mercado de trabalho.

Eu, há três anos, comecei a trabalhar em uma multinacional em Curitiba. Gostava do meu trabalho e, modéstia à parte, sempre fui muito elogiada pela minha competência em meu cargo. Competência essa que me possibilitou alcançar um cargo gerencial em um período curto. Entretanto, depois de um ano de ‘casa’, descobri que estava grávida. Imediatamente, pensei em minha carreira e fiquei um pouco receosa que ela estagnasse por conta da gravidez. Mesmo assim, decidi contar a verdade aos meus superiores logo no início – uma semana após descobrir que estava esperando meu primeiro filho.

Fiquei feliz ao ver que eles me deram todo o suporte que precisava. Foram compreensíveis e atenciosos, o que me deixou mais tranquila em relação ao meu futuro profissional. Até aí tudo bem: continuei trabalhando por alguns meses e, depois que meu filho nasceu, tirei a minha licença maternidade.

Quando meu filho, Felipe, já tinha seis meses, voltei ao trabalho. Tudo parecia ter voltado ao normal e eu estava ainda mais feliz do que antes, afinal, agora eu tinha o meu emprego que eu amava e meu filho que é até hoje a maior alegria da minha vida. Porém, a vida me pregou uma peça e eu descobri, após um mês de retorno de licença maternidade, que estava grávida novamente.

Fiquei desesperada. É claro que um filho é sempre uma benção, mas eu não sabia como contaria isso ao meu superior. Temia que ele desconfiasse que eu tivesse engravidado de propósito – com o intuito de ficar longe do trabalho por mais alguns meses. Mas eu não tinha escolha e precisava contar. Medi minhas palavras e expliquei do modo mais transparente possível. Para a minha surpresa, meu chefe não fez "cara feia" e disse que sabia que eu jamais teria feito de propósito, afinal eu era uma excelente profissional.

Tive meu segundo filho e voltei ao trabalho, onde até hoje sou muito realizada. Espero que essa história ajude muitas mulheres que, assim como eu alguns anos atrás, não sabem como conciliar trabalho e gravidez."

Gostou da história? Agora pergunto-lhe: e se você descobrisse a gravidez logo após ser contratada? Saiba mais sobre essa situação no meu artigo desta terça-feira. Até lá!