O artigo de hoje é destinado às minhas leitoras, afinal o assunto é de interesse maior delas do que deles. Entretanto, convido os homens a também lerem esse artigo, afinal, meu caro, o que contarei hoje pode acontecer com a sua esposa e você precisará saber como agir e dar suporte.

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Costumo dizer em minhas palestras e discursos que a vida é feita de histórias. Hoje gostaria de complementar: muitas dessas histórias são feitas de surpresas. E de todas essas surpresas que a vida nos guarda, acredito que a gravidez seja a maior delas, tanto para o "bem" (quando se quer), quanto para o "mal" (quando não se quer). A dádiva de receber a notícia de que um herdeiro está a caminho é algo realmente muito bom, porém, algumas mulheres recebem essa notícia justo quando acabaram de conseguir um novo emprego. E agora? O que fazer?

Já ouviu falar na famosa "Lei de Murphy"? Pois é, ela gosta de pregar peças nos piores momentos. Leitora, imagine-se desempregada ou descontente com o seu emprego. Ambas as situações são complicadas e difíceis, porém, depois de muito procurar, você finalmente consegue um novo emprego. Um emprego muito melhor que o antigo, que oferece a possibilidade de crescimento e qualidade de vida. Ótimo, não? Agora que tudo parece ir como o planejado, agora que a vida retomou seu rumo, surge o inesperado: a gravidez. Você não planejou, mas agora terá que lidar com um dos assuntos mais delicados do mercado de trabalho: novo emprego e gravidez. 

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A primeira pergunta que vem à cabeça é: contar ou não ao novo empregador? Bem, é claro que, no primeiro momento, a vontade de esconder a verdade até a barriga aparecer é grande. Porém, o medo de ser vista como "mau caráter" por ter escondido da empresa uma informação importante por vários meses também existe.

O que a legislação diz é o seguinte: se a contratada já passou pelo período de experiência, ela não pode ser demitida (a não ser por justa causa). Portanto, se é esse o caso, o ideal é que a profissional conte o mais cedo possível para que a empresa tenha tempo de se preparar para contratar um profissional temporário durante o período de licença-maternidade.

Entretanto, se a profissional acabou de entrar na empresa e descobriu que está grávida durante seu período de experiência, a situação é mais delicada, pois ela pode, sim, ser dispensada. É claro que é complicado. Entretanto, a atitude do empregador vai variar, principalmente, da maturidade e do porte da empresa. Multinacionais e empresas de grande porte, por exemplo, terão menos dificuldade em lidar com a situação do que uma empresa de pequeno/médio porte. Primeiro, por isso já fazer parte da rotina da empresa, e segundo, pois conseguem absorver melhor a ausência de mão de obra de uma pessoa por ter outras inúmeras no grupo. Porém (opinião minha) acredito que, em qualquer situação, o melhor é contar a verdade desde o início, mesmo que esteja no período de experiência. A profissional estará arriscando seu emprego, porém não a sua imagem, a sua credibilidade profissional.

Você pode achar que a imagem não importa tanto quanto o emprego, mas correr o risco de adquirir uma má reputação pode ser ainda pior, pois é justamente essa reputação que acompanha a pessoa durante toda a sua carreira. Quando o profissional é entrevistado, o empregador irá consultar e pedir referências ao antigo chefe – e se elas não forem muito boas, é possível que o candidato não seja contratado. Além disso, a transparência revela honestidade, sinceridade e comprometimento da profissional com a empresa. Se o empregador for maduro, se a competência da profissional for alta, certamente não será dispensada, mesmo que esteja grávida.

Vale lembrar que gravidez não é doença e que essas surpresas acontecem na vida de qualquer pessoa, portanto não é motivo para pânico. Avalie a situação e seja sincera consigo mesma e com a empresa. Se você está grávida e no período de experiência, procure explicar a situação ao seu chefe e demonstrar comprometimento e dedicação à empresa. Se o fizer, dificilmente perderá o emprego.

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