Ouça este conteúdo
O Great Place to Work (GPTW) premiou nesta quinta-feira (25) as 100 melhores empresas para trabalhar no estado de São Paulo em 2020, sendo 50 da Região Metropolitana e 50 do Interior. Neste ano, o ranking contou com a inscrição de 815 empresas, que empregam 867.850 pessoas.
Além da divisão por região, a premiação levou em conta o porte das companhias, que foram separadas em Pequenas, Médias e Grandes. Com isso, foram premiadas na Região Metropolitana 20 empresas de grande porte, 20 médias e 10 pequenas. No Interior, o ranking foi composto por 20 pequenas, 20 médias e 10 grandes.
Essa é a segunda edição regionalizada do GPTW em São Paulo. Antes, as empresas do estado tinham que participar do ranking nacional e por isso muitas acabavam ficando de fora. “Uma empresa do interior de São Paulo que é excelente acabava não sendo reconhecida porque não conseguia entrar no ranking nacional. Com o ranking regional, há muito mais oportunidades para estar nesse ranking”, atesta o embaixador e diretor regional do Interior de São Paulo do Great Place to Work no Brasil, Hilgo Gonçalves.
Além disso, como aponta o diretor de relacionamento e consultoria do GPTW, Victor Garcia, a regionalização permite um recorte mais preciso a respeito de tendências e comparações. “Uma das questões mais importantes da regionalização é que as empresas querem ser comparadas a seus pares, a outras empresas da mesma região, do mesmo setor”, diz.
Perfil das premiadas
As empresas premiadas pelo GPTW em São Paulo têm, em média, 30 anos de existência, e atuam em 15 setores distintos. O segmento com maior participação é o de tecnologia da informação, com 36 companhias no ranking. Na sequência, aparecem 15 empresas de produção e manufaturas e 12 de serviços financeiros e seguros.
Entre os colaboradores, a maioria (67%) está na faixa entre 26 e 44 anos de idade. Do total, 54% são homens e 46% são mulheres. Apesar de uma participação quase parelha, as mulheres ainda são minoria nos cargos mais altos dentro das companhias. Nas posições de alta liderança elas representam 20% e nos cargos de média liderança são 39%. Dos 100 presidentes das empresas premiadas, apenas 10 são mulheres.
“A participação das mulheres em cargos de liderança vem crescendo a cada ano. Nota-se um envolvimento genuíno das lideranças das melhores empresas na igualdade de gênero”, analisa Gonçalves.
Desenvolvimento profissional e pessoal
Entre as empresas premiadas, o crescimento profissional é um aspecto comum. No quesito estudos, 73% oferecem bolsas de estudo para graduação ou pós-graduação. É a mesma porcentagem de organizações que investem em bolsas para cursos de idioma. Além disso, 47% têm universidade interna para o treinamento dos funcionários.
O desenvolvimento profissional também está presente em programas de coaching e mentoring. No caso de coaching, 79% das empresas oferecem o programa aos colaboradores. E 73% investem em mentoring.
As companhias premiadas, porém, vão além e boa parte delas preza também pelo desenvolvimento pessoal. Por isso, 42% oferecem verba para os funcionários usarem em cursos de qualquer natureza. E 75% das empresas permitem que os funcionários participem de programas de voluntariado no horário de trabalho.
Empresas mais humanas
Os índices de confiança da segunda edição do Great Place to Work São Paulo mostram que as empresas estão cada vez mais preocupadas com os colaboradores, olhando para eles não apenas como força de trabalho, mas como pessoas de fato.
Na comparação com a edição de 2019, todos os índices de confiança (credibilidade, respeito, imparcialidade, orgulho e camaradagem) tiveram crescimento. E algumas afirmativas dos colaboradores deixam isso nítido, como:
- 98% concordam que "as pessoas aqui são bem tratadas, independemente da cor, etnia, orientação sexual, sexo ou idade".
- 97%: Quando se entra nessa organização, fazem você se sentir bem-vindo.
- 96%: Tenho orgulho de contar a outras pessoas que trabalho aqui.
- 94%: Os gestores são honestos e éticos na condução dos negócios.
“O que tenho visto nas empresas é o cuidado delas com a humanização. Eu vejo que estão mais preocupadas com as pessoas, colocando as pessoas de verdade no centro, escutando mais os colaboradores”, observa Garcia. “O que as pessoas querem é relacionamento, é um comportamento mais próximo do gestor, do líder, dos colegas”, complementa.
Não é por acaso que entre os motivos que fazem os colaboradores permanecerem nas empresas premiadas estão questões como oportunidade de crescimento (48%) e qualidade de vida (19%). O fator remuneração e benefícios é somente o terceiro mais citado, com 16%.
“As melhores empresas para se trabalhar são aquelas onde há respeito, as pessoas sentem orgulho de pertencer e trabalham com mais alegria. Elas se sentem crescendo não apenas profissionalmente, mas também como pessoa”, opina Gonçalves. “Quando o colaborador tem um engajamento maior, os resultados são melhores, a retenção é maior, a atração é maior e os clientes tendem a ser mais leais e fiéis a essas empresas”, finaliza.