A Grécia terá de implementar mais medidas de austeridade se necessário, disseram neste domingo autoridades da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que negociaram um pacote de ajuda multibilionário ao país.
Em troca do socorro financeiro de até 120 bilhões de euros, o maior já voltado a qualquer país, Atenas anunciou cortes de gastos e aumento de impostos no total de 30 bilhões de euros (40 bilhões de dólares) ao longo de três anos, além de medidas já acertadas.
"Há um acordo das autoridades gregas de que se houver a necessidade de medidas de ajuste, elas serão experimentadas", afirmou Servaas Deroose, vice-diretor-geral de assuntos econômicos e financeiros da Comissão Europeia.
Deroose disse que a Grécia vai elaborar relatórios trimestrais para os países envolvidos na ajuda. "Haverá um contínuo monitoramento, talvez também algo nunca visto em termos do que fazemos com outros países", afirmou ele a jornalistas.
Poul Thomsen, chefe da missão do FMI à Grécia, disse o mesmo em uma coletiva de imprensa, acrescentando que as políticas precisarão ser ajustadas "o tempo todo".
O acordo com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional envolve ajustes fiscais plurianuais que pretendem reduzir o déficit em 5,5 pontos percentuais em 2010, para 8,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
"Isso é muito forte, tem muita credibilidade e é um pacote muito bem ancorado. Acho que os mercados vão reagir positivamente. À medida que eles veem que o governo está implementando as medidas de forma determinada, penso que você verá um significativo e sustentável declínio dos spreads", afirmou Thomsen, que também é vice-diretor do departamento europeu do FMI.