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O governo da Grécia anunciou seu plano de privatização, prevendo levantar 1 bilhão de euros ao ano durante três anos, como parte de seus esforços para ajustar as finanças públicas e reduzir o elevado déficit do governo.

Em entrevista concedida hoje, o ministro das Finanças, George Papaconstantinou, disse que o governo deverá privatizar 49% da divisão de operações da companhia férrea OSE. Serão vendidas também a participação do governo em vários cassinos, a participação de 39% nos correios e a participação em vários serviços, como em companhias de saneamento das duas maiores cidades gregas.

O governo pretende vender 10% de sua participação na companhia de tratamento de água Athens Water Supply and Sewerage e 23% na Thessaloniki Water Supply and Sewarage para investidores estratégicos ou por meio da abertura de capital na Bolsa de Atenas. Em ambos os casos, o governo manterá o controle de 51%.

Papaconstantinou informou que o cronograma das privatizações ao longo de três anos será definido após vários estudos. Ele disse que não haverá mudança na posição do governo em companhias líderes como a OPAP, monopólio de jogos lotéricos, ou na Hellenic Telecommunications Organization (OTE), operadora de telefonia, onde atualmente a alemã Deutsche Telekom tem participação de 30%.

A Grécia busca cortar o déficit de seu orçamento de um recorde de 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado para 8,1% este ano. No mês passado, a Grécia concordou em adotar um plano de austeridade durante três anos para receber uma ajuda de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). O plano de austeridade prevê que a Grécia reestruture a companhia férrea OSE até o final deste mês. A companhia tem dívidas de mais de 10 bilhões de euros e prejuízos anuais de 1 bilhão de euros, segundo Papaconstantinou.

O ministro disse que o governo também procura novas oportunidades para privatizar ativos estatais, tanto por meio da venda de participações como por meio de contratos de administração privada, incluindo portos, aeroportos e vastas propriedades estatais. Papaconstantinou afirmou que o governo também está reestruturando o monopólio do governo em gás natural para prepará-lo para privatização.

O governo grego detém atualmente 74% de participação em cada um dos dois maiores portos do país, em Atenas e Tessalonica, e 100% em uma dúzia de pequenos portos regionais. O governo pretende criar uma companhia holding para os portos regionais e listar uma participação minoritária de 49% na Bolsa de Atenas. A mesma estratégia deve ser utilizada para privatizar uma série de aeroportos regionais no país.

Existem ainda planos para que o governo coloque à venda em bolsa sua participação atual de 55% no Aeroporto Internacional de Atenas, operado por meio de um concessão de 30 anos dada ao grupo de engenharia alemão Hochtief. O governo está em negociação com a empresa para estender a concessão. "O documento (assinado com a União Europeia e o FMI) prevê receitas de 1 bilhão de euros ao ano para o período de 2011-2013", disse o ministro. "Mas nossas estimativas superam as projeções", acrescentou.

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