A Grécia decidiu ontem reduzir as pensões, taxar os trabalhadores de renda mais baixa e manter milhares de funcionários públicos em um período de reserva especial durante este ano. O objetivo é cumprir as metais fiscais estabelecidas para 2011 e 2012 e criar condições para o recebimento de novas parcelas de resgate financeiro.
Em um comunicado divulgado depois de uma reunião de gabinete que se estendeu por cerca de seis horas, o governo grego reafirmou seu comprometimento com as metas orçamentárias e assegurou que não irá abandonar a zona do euro.
O governo da Grécia tem sido pressionado por seus credores externos a promover cortes adicionais no orçamento da ordem de mais de 6 bilhões de euros pelos próximos dois anos para assegurar a liberação do próximo "lote" de 8 bilhões de euros do resgate financeiro do país.
No comunicado, o governo informou que, como efeito imediato, retirará mais de 30 mil servidores da folha de pagamento do setor público. Esses trabalhadores serão deixados em um período de reserva no qual receberão 60% do salário por um ano. Após o período de reserva, esses servidores poderão ser dispensados se não houver trabalho para eles no setor público.
Ao mesmo tempo, o governo reduziu de 8 mil para 5 mil euros o piso para a declaração de imposto de renda, o que deve afetar trabalhadores de baixa renda e profissionais liberais. Medidas adicionais incluem redução nos pagamentos das aposentadorias de valor mais elevado.
Colapso
O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, alertou os cidadãos gregos que o país corre o risco de colapso econômico se não fizer progressos na sua agenda de corte do déficit necessária para assegurar o recebimento de nova ajuda internacional.
Num discurso nitidamente dirigido ao Parlamento, Venizelos reconheceu também que o país terá de adotar novas medidas de austeridade para cumprir com as metas orçamentárias, como exigido pelos seus credores internacionais. "Nós não entendemos totalmente o perigo (que enfrentamos) de que o sistema poderá deixar de funcionar, que a economia nacional poderá deixar de funcionar", disse ele.