A Grécia vai realizar novas eleições, depois que líderes políticos não conseguiram entrar em acordo para formar um governo de coalizão nesta terça-feira (15), prolongando a crise política que deixou o país mais perto da falência e da exclusão da zona do euro.
Após um terceiro dia de negociações em vão entre líderes políticos, um porta-voz do presidente grego, Karolos Papoulias, disse que a busca por um governo de coalizão fracassou e que uma nova votação terá de ser realizada.
Ele não informou de imediato uma data para as eleições, mas as regras eleitorais indicam que a votação será no meio de junho. Um governo interino será formado na quarta-feira, disse o porta-voz.
"Pelo amor de Deus, vamos partir para algo melhor e não para algo pior", disse o líder do partido socialista, Evangelos Venizelos, a repórteres após a reunião. "Nossa pátria pode encontrar o seu caminho, vamos lutar por isso."
A Grécia está no limbo político desde a inconlusiva eleição de 6 de maio. O Parlamento está dividido entre os partidos que apoiam e os que são contra a ajuda de 130 bilhões de euros da UE e do FMI, que salvou o país da falência mas que exigiu cortes de salários e aumentos de impostos em contrapartida, aprofundando a recessão.
Pesquisas de intenção de voto colocam o partido radical de esquerda Syriza, que rejeita o pacote de ajuda e ficou em segundo lugar na eleição passada, como provável vencedor da nova votação-- resultado que daria um bônus de 50 assentos no Parlamento de 300 cadeiras.
Líderes europeus dizem que vão cortar o financiamento à Grécia se o país recuar das promessas feitas em troca do pacote de ajuda acertado em março, o que pode significar a falência do Estado e a exclusão grega da zona do euro.