Instituto alerta contra mudanças no pacote grego

Qualquer mudança feita no envolvimento do setor privado no segundo pacote de ajuda financeira para a Grécia deflagraria perda de apoio dos detentores de títulos e poderia ter consequências incalculáveis, segundo alerta do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).

Em entrevista no jornal grego Kathimerini deste domingo (2), Josef Ackermann, presidente do IIF, disse que tempo será perdido se for reaberta a questão do envolvimento voluntário no acordo de troca de títulos gregos, resultando provavelmente em perda de apoio dos investidores.

"As consequências de um movimento como este serão incalculáveis" afirmou Ackerman, que também é presidente executivo do Deutsche Bank. "Esta é a razão pela qual eu alerto, da forma mais forte possível, contra qualquer revisão substancial do acordo".

Os comentários de Ackermann foram feitos depois que o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, levantou questões sobre se o segundo plano de resgate para a Grécia, decidido pelos líderes europeus, seguiria como planejado ou se as condições do acordo seriam mudadas.

Com relação à exposição alemã e francesa à Grécia, Ackermann disse que é "absolutamente gerenciável".

CARREGANDO :)

O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, irá presidir neste domingo (2) uma reunião de emergência para finalizar os detalhes de um plano de "reserva de trabalho". A proposta é destinada a reduzir o tamanho do setor público, conforme a demanda dos credores internacionais do país.

Após diversas consultas realizadas ao longo do final de semana com inspetores da chamada troica - União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) - o governo grego parece ter definido um plano para colocar 30 mil servidores temporariamente em "reserva de trabalho", com objetivo de alcançar as metas fiscais determinadas pelos credores para 2011 e 2012.

Publicidade

O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, disse que o governo elaborou o plano com um critério "objetivo e transparente". "O plano gera o menor custo social possível e coloca em 'reserva' aqueles que provavelmente podem lidar com as dificuldades desta nova situação", afirmou Venizelos, em uma entrevista para a edição do jornal To Vima de hoje.

Segundo Venizelos, diversas propostas foram discutidas com a troica antes da decisão. O objetivo de colocar os funcionários em reserva é evitar revisão constitucional. Servidores que estão perto da aposentadoria também seriam colocados em reserva com salários reduzidos.

Os detalhes devem ser finalizados na reunião de gabinete marcada para o meio-dia, no horário de Brasília. Também estão na agenda as diretrizes do Orçamento de 2012.