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Grécia discute novas medidas fiscais; credores pressionam

O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, discutiu nesta segunda-feira com o gabinete novas medidas de emergência para reduzir o déficit, algo essencial para convencer os credores de que Atenas pode lidar com a crise de dívida sem reestruturação.

Entre a série de novas medidas de austeridade sendo estudadas estão mais cortes nos salários do setor público, um aumento adicional de impostos e até a demissão de funcionários públicos que trabalham em período integral.

Em jogo está a parcela de 12 bilhões de euros do resgate concedido pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado, além de empréstimos adicionais necessários para cobrir o déficit de financiamento do ano que vem, já que o país altamente endividado não deve voltar aos mercados de bônus em 2012.

Com a dura austeridade fiscal para corrigir a negligência do passado, que tirou a força da economia grega, os mercados acreditam que alguma forma de reestruturação de dívida é inevitável, mas isso é negado pelos formuladores de políticas, especialmente no Banco Central Europeu (BCE).

O comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, pressionou nesta segunda-feira para que Atenas redobre os esforços fiscais e acelere as privatizações.

"Essa é uma questão de urgência", disse Rehn em discurso a uma conferência sobre integração europeia, em Viena.

Redução de impostos

Segundo jornais publicados nesta segunda-feira, entre as medidas analisadas pelo governo estão reduzir a atual linha de isenção de 12 mil euros para o imposto de renda, além de cortes em outras isenções para gastos médicos e juros de empréstimos imobiliários, ações que devem apertar o orçamento de milhões de trabalhadores e pensionistas.

Também pode haver um imposto único sobre as rendas mais altas, possivelmente para aqueles que ganham mais de 80 mil euros por ano, e um imposto sobre propriedades muito grandes.

O governo também considera uma taxa única de imposto sobre valor agregado, de 18 ou 19 por cento, para todos os bens e serviços. O regime atual varia entre 13 e 23 por cento.

Se adotada, a medida significará custos mais altos de alimentos, eletricidade e transporte, mas dará certo alívio para outros bens de consumo, como carros, móveis e eletrodomésticos, com as varejistas fortemente prejudicadas pelos três anos de recessão.

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