O governo grego e os representantes dos credores internacionais iniciam na terça-feira as negociações para um terceiro resgate, que o Executivo heleno espera concluir até 18 de agosto, e que incluirão uma série de temas espinhosos.
“As equipes de técnicos terão reuniões no Banco da Grécia e, talvez, na Secretaria-Geral de Contas”, declarou à Agência Efe uma fonte do Ministério das Finanças, que acrescentou que os chefes das delegações chegarão a Atenas nos próximos dias, “no mais tardar no fim de semana”.
Segundo indicou desde Bruxelas a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, as equipes técnicas do quarteto formado pela Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE), o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) já se encontram em Atenas e inclusive já realizaram algumas conversas.
Negociação
A negociação, segundo fontes do Ministério das Finanças, se desenvolverá com vários grupos de trabalho em paralelo, que examinarão a situação financeira, os temas de pensões, as relações trabalhistas, a abertura do mercado de produtos, e outros assuntos estipulados na cúpula da zona do euro de 12 de julho.
A avaliação da situação financeira é um dos pontos cruciais desta negociação, pois as estimativas sobre o impacto do prolongado fechamento de bancos sobre a economia obrigam a revisar as previsões do crescimento econômico.
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Leia a matéria completaSegundo dados da CE, citados pela imprensa local, após a imposição dos controles de capital há quatro semanas, espera-se que o Produto Interno Bruto registre neste ano uma queda de pelo menos 4%, frente a um crescimento de 0,5% calculado inicialmente.
Sob estas condições, o objetivo do governo para um superávit primário de 1% neste ano parece inalcançável, enquanto há estimativas que preveem inclusive um déficit primário de 1%.
“O superávit primário para 2015, 2016, e 2017 faz parte da negociação. Só está claro que em 2018 devemos conseguir um superávit primário de 3,5%”, destacou a citada fonte do Ministério das Finanças.
Além disso, o Ministério das Finanças desmentiu categoricamente informações de meios de comunicação locais, segundo as quais os credores estariam pedindo a aprovação de um terceiro pacote de requisitos prévios, após os aprovados em 15 e 22 de julho.
“Nem no acordo, também não nas duas cartas que intercambiou o ministro das Finanças com o MEE, há menção alguma de outros requisitos prévios”, afirmou a fonte do Ministério das Finanças.
O objetivo do governo é alcançar um acordo com o quarteto até 18 de agosto para evitar um novo empréstimo ponte, que lhe permitiria pagar suas obrigações com o BCE que vencem em 20 de agosto, mas seria também ligado a novos requisitos prévios que ampliariam a fissura no grupo parlamentar do Syriza.
Os dois primeiros pacotes legais toparam com a rejeição de mais de 30 deputados do Syriza e o governo conseguiu sua aprovação no parlamento só graças ao respaldo da oposição.
Para poder alcançar um acordo, o governo deve fazer novos compromissos dolorosos, como a revisão de todas as leis aprovadas “unilateralmente” nos últimos seis meses, as aposentadorias antecipadas, a eliminação de descontos sobre o gasóleo e do imposto sobre a renda reduzido que têm os agricultores.
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