EUA
Executivos do Goldman negam fraudes
Foi um dia de confronto no Senado dos EUA, ontem, quando executivos do banco Goldman Sachs tiveram que se explicar a congressistas sobre o seu papel durante a crise que estourou em 2008.
Senadores acusaram o banco de agir como um "cassino fraudulento" e de enganar clientes, vendendo instrumentos financeiros em negócios destinados ao fracasso.
Para membros do governo, a empresa contribuiu para o derretimento do mercado. Executivos responderam ter agido com ""responsabilidade" para proteger o banco de forma que ele sobrevivesse ao colapso das hipotecas.
Na conclusão da audiência, o presidente-executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, disse, em tom conciliatório, reconhecer que "muitos americanos estão céticos quanto à contribuição dos bancos de investimento para a economia e compreensivelmente irritados com a maneira como Wall Street contribuiu para a crise financeira".
Ele admitiu que Goldman, outros bancos e agências de rating falharam ao não "soar o alarme" quando havia um excesso de empréstimos. Mas negou que a empresa tenha apostado contra os clientes.
Folhapress
Era tudo que os europeus não queriam: sobrar para o Fundo Monetário Internacional (FMI) a tarefa hercúlea de salvar a Grécia de eventual calote e consequentemente preservar o euro depois que os membros da União Europeia titubearam e os mercados catapultaram o ágio sobre a dívida de Atenas.Segundo o jornal britânico Financial Times, o FMI, que já havia anunciado linha de crédito de 15 bilhões de euros (R$ 36 bilhões) dentro de pacote no qual os europeus contribuiriam com outros 30 bilhões de euros, estuda oferecer mais 10 bilhões de euros.Não há maiores detalhes, mas o crédito viria mediante a adoção de medidas fiscais que arrochem ainda mais o país, obrigado a cortar seu deficit fiscal de 13,6% para ficar sob o limite da UE, de 3%, até 2013.
O refinanciamento grego (cerca de 50 bilhões de euros vencem neste ano) está cada dia mais difícil. Ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poors retirou o status de grau de investimento do país (atestado de bom pagador) e rebaixou a avaliação dos títulos da dívida com vencimento no longo prazo para BB+ no jargão, "junk", lixo e ainda com perspectiva de piora.
Para os papéis de curto prazo, cujo ágio já bate em 15%, um recorde na zona do euro, a classificação é B. Todos os países europeus são ao menos A.
"O rebaixamento vem de nossa avaliação dos desafios políticos, econômicos e orçamentários que o governo grego enfrenta para colocar a dívida pública em uma trajetória de baixa que se sustente", escreveu o analista Marko Mrsnik em comunicado no site da S&P.
"As opções políticas do governo estão diminuindo diante dos prospectos cada vez mais frágeis de crescimento da economia bem no momento em que a pressão por medidas de ajuste fiscal aumenta", segue o texto, aludindo à dificuldade de impor novos cortes ante a crescente oposição da população, que já vai ter abolida uma série de garantias trabalhistas.
Foi o suficiente para fazer a Bolsa de Atenas recuar 6%, ressoando em toda a Europa. O FTSE (Londres) recuou 2,61%; o CAC-40 (Paris), 3,82%, e o DAX (Frankfurt), 2,73%. O efeito foi transatlântico, com o índice Dow Jones, em Nova Iorque , fechando em baixa de 1,90% e o S&P 500 recuando 2,34%. A Bovespa caiu 3,43%. O euro foi cotado a US$ 1,32, menor nível ante o dólar em cerca de um ano.
Para piorar, a S&P também rebaixou a classificação dos papeis de Portugal, outro país com dívida inchada, para A-. Devido ao anúncio do governo de uma política de austeridade salarial, funcionários de 16 empresas de transporte público entraram em greve.
Sem consenso
Após idas e vindas sobre como rachar a conta e da resistência em recorrer ao FMI, a UE anunciou na sexta um pacote conjunto com o Fundo para ajudar a Grécia a financiar suas dívidas, das quais 20 bilhões de euros vencem até maio. O porém é que os valores oferecidos mal bancam a rolagem neste ano.
Além disso, um racha se esboça, com França e Itália pedindo urgência, e a Alemanha, que deve contribuir com mais da metade da parcela europeia, resistindo em abrir o cofre.
Mercados
Além de ser afetada pelo mal-estar com a Grécia, a bolsa brasileira também caiu por causa da expectativa de alta nos juros na reunião de hoje do Copom. Até a semana passada, o mercado vinha trabalhando com uma alta de 0,5 ponto porcentual, mas a estimativa agora é de que o reajuste será de 0,75 ponto. Com isso, o Ibovespa desceu a 66.511 pontos, menor patamar desde fevereiro.
Além do mercado acionário, o segmento cambial reagiu fortemente ao dia negativo. O dólar encerrou com apreciação de 1,15%, vendido a R$ 1,765.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast