O primeiro-ministro grego, George Papandreou, fala a jornalistas depois de se reunir com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, em Bruxelas| Foto: Reuters

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, disse nesta sexta-feira que a Grécia está a um passo da impossibilidade de tomar empréstimos, e apelou para sindicalistas apoiarem seus esforços para escapar da crise da dívida.

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Falando ao maior sindicato da Grécia, o GSEE, que realizou protestos e greves contra seu plano de austeridade, Papandreou disse que está lutando contra interesses dentro do país e de especuladores estrangeiros.

"Nós estamos em estado de guerra, em uma batalha contra interesses especiais, tanto em casa quanto fora da Grécia", disse ele.

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"É uma batalha contra os especuladores e para a transparência. Para que os mercados estejam a serviço das pessoas, não ao contrário."

Em meio a aplausos da multidão no congresso anual do GSEE, no norte da Grécia, Papandreou deu uma perspectiva sombria para a economia, dizendo que sérias falhas tinham prejudicado a credibilidade do país nos mercados e erodido o apoio de parceiros internacionais.

"Com total honestidade aos gregos, nós (o governo) falamos sobre o ponto a que chegamos -- um passo antes de sermos incapazes de tomar empréstimos", disse Papandreou. "Nós precisamos evitar pagar juros usurários por décadas, condenando o país a uma profunda recessão."

A Grécia quer que a UE crie um claro mecanismo de suporte para afastar especuladores e reduzir seus juros. Líderes da UE, lidando com a crise dos próprios países, têm mostrado relutância para ajudar.

Papandreou chocou os mercados e os colegas da UE ao revelar, após chegar ao poder em outubro, que o déficit orçamentário grego estava mais alto que o governo conservador anterior tinha divulgado.

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Ocorreram reduções de ratings do país e os juros da Grécia subiram para quase o dobro dos alemães com a revelação da dívida de 300 bilhões de euros.

O governo socialista grego impôs aumento de impostos e cortes salariais do setor público, gerando greves e protestos apesar de pesquisas de opinião mostrarem grande parte de apoio da população às medidas.

"Nós fomos forçados a tomar as decisões mais difíceis já tomadas por qualquer governo neste país", disse Papandreou. "Nós estamos fazendo esforços para reverter esse caminho ... se nós não fizermos sacrifícios hoje, o problema vai sair do controle."

Ele disse, porém, que as contenções de gastos serão desperdiçadas se as taxas de juros continuarem nos níveis atuais -- agora em cerca de 6,3 por cento sobre bônus de dez anos.

O premiê prometeu mudar a Grécia para sempre, erradicando a corrupção, o desperdício e a impunidade para restaurar a credibilidade.

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"Eu quero parceiros sociais, principalmente os trabalhadores, do meu lado, e não contra mim", disse ele. "Eu prometo a todos os trabalhadores e cidadãos que nossos esforços valerão a pena."