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A Grécia realiza nesta quinta-feira (13) uma greve geral contra o fim da emissora pública de rádio e televisão "ERT", cujos funcionários ocuparam a sede central apesar do fechamento oficial vigente desde a madrugada de ontem.

A greve, a terceira neste ano, foi convocada pelos dois principais sindicatos, o do setor público ADEDY e o do setor privado GSEE, contra o que consideram uma nova guinada do governo rumo ao "autoritarismo" e ao "desrespeito à constituição"

A greve é de 24 horas nos transportes públicos, cuja circulação está completamente interrompida desde a meia-noite, o que provocou mais engarrafamentos que o habitual na capital Atenas.

Os hospitais só oferecem os serviços mínimos. No setor privado, só os bancos aderiram em conjunto à convocação de greve.

Os controladores aéreos realizam nesta tarde uma greve de duas horas, o que obrigou as companhias aéreas a mudarem a programação de voos, mas não estão previstos cancelamentos.

O metrô só organizou uma greve no turno da madrugada, para facilitar a participação em massa na manifestação de protesto convocada em frente à sede da emissora pública.

Para as 11h locais (5h de Brasília), os sindicatos convocaram uma grande manifestação em frente às portas do canal de televisão.

Os funcionários ocuparam o edifício e emitem informações de forma contínua que são retransmitidas através de canais de outras redes.

O primeiro-ministro Antonis Samaras defendeu ontem a decisão de fechar a emissora pública com o argumento de que era necessário acabar com um sistema de desperdício e de privilégios para poucos.

Com isso, se referiu a uma realidade de longa tradição dos meios de comunicação públicos do país, em que foi criada uma verdadeira casta de profissionais nomeados a dedo por governos e partidos majoritários, com salários astronômicos, em contraste com o baixo nível salarial de muitos outros.

Apesar de todos os partidos terem criticado esta situação - criada por eles mesmos - e pedirem uma reforma da radiodifusão pública, as críticas a uma medida tão drástica como o fechamento da emissora foram unânimes, inclusive por parte dos membros da coalizão governante.

Samaras disse não entender tanto alvoroço em torno do assunto e garantiu que "quando são fechadas emissoras e jornais privados, não ocorrem este tipo de reações".

O fechamento da emissora pública representa não só uma nova queda de braço entre os sindicatos e o governo, mas também uma prova de fogo para a coesão interna da coalizão governante.

Os líderes de dois partidos da coalizão, Evangelos Venizelos do Pasok, e Fotis Kouvelis do Dimar, solicitaram uma reunião de urgência com Samaras e reafirmaram sua rejeição ao fechamento do canal.

Alguns meios de comunicação do país, que citam fontes ligadas ao primeiro-ministro, especulam que Samaras pode pedir um voto de confiança no parlamento.

Alexis Tsipras, líder do principal partido de oposição - Syriza -, garantiu que a mudança está perto, mas advertiu aos cidadãos que um governo dirigido por ele não pode "fabricar dinheiro", mas que é preciso regenerar a riqueza econômica do país.

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