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Grécia minimiza críticas sobre perda de soberania orçamentária

O governo da Grécia minimizou nesta terça-feira (21) a revolta local contra o plano da União Europeia de austeridade fiscal imposta para que o país receba um aporte financeiro de 130 bilhões de euros. Entre as medidas está a indicação de uma equipe permanente de inspetores estrangeiros para monitorar as finanças gregas.

Em um sinal da desconfiança entre Atenas e credores estrangeiros, os ministros das Finanças da zona do euro exigiram uma "presença intensificada e permanente" de inspetores da UE para garantir que o país se atenha aos termos severos do pacote de resgate para evitar a declaração de moratória.

O ministro das Finanças da Grécia afirmou que espera completar a troca dos bônus com redução no valor nominal até 12 de março.

A ideia de auditores estrangeiros - apelidados de "comandos" pela mídia grega - sediados na capital fazendo uma devassa nas contas da nação enfureceu a população.

"É como se não tivéssemos pessoas educadas e capazes na Grécia para governar o país", disse o vendedor de frutas Raptis Michalis, de 67 anos.

Mas o porta-voz do governo, Pandelis Kapsis, disse não ver "nada dramático" na exigência.

"Haverá algumas equipes de assistência técnica na Grécia, que ajudarão a coletar e monitorar dados corretamente. É só isso", declarou ele à TV grega.

O ministro do Desenvolvimento, Mihalis Chrysohoidis, ressaltou o ângulo positivo da questão, dizendo à Reuters que uma presença permanente seria tanto "benéfica quanto funcional".

"Não cria quaisquer problemas", disse ele. "Pelo contrário, (os auditores) ajudarão a Grécia e transferirão conhecimento".

A Grécia se comprometeu a cortar 3,3 bilhões de euros em salários, aposentadorias e empregos. Mesmo assim líderes da UE perderam a paciência com a incapacidade grega de manter promessas sobre austeridade fiscal.

Pelos termos do resgate, o segundo da Grécia desde 2010, Atenas também terá que depositar fundos em uma conta especial para garantir as devoluções.

"A conta caução indica que o país não é confiável", disse George Koumoutsakos, membro do partido Nova Democracia no parlamento grego, a metade conservadora da colisão governista de dois partidos da Grécia.

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