A Grécia não atingirá as metas de déficit orçamentário de 2011 e de 2012 determinadas no plano de resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os novos índices foram divulgados ontem pelo Ministério das Finanças grego, após um conselho de ministros aprovar o esboço do Orçamento para o ano que vem. O déficit deve ficar em 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, acima da meta de 7,4% fixada pela lei plurianual votada no fim de junho.
"Ainda faltam três meses críticos para terminar 2011, e a estimativa final de 8,5% de déficit do PIB pode ser atingida caso os mecanismos de Estado e os cidadãos respondam de acordo", diz comunicado do ministério grego. Segundo a pasta, não foi possível atingir a meta devido à recessão mais intensa que o esperado a economia teve retração de 5,5%, em vez de 3,8%, como havia sido estimado em maio. Para 2012, o déficit será rebaixado para 6,8% do PIB, ainda acima da meta de 6,5%.
Cortes
Além de rever os números, o governo aprovou ontem medida para reduzir o número de funcionários públicos. A iniciativa faz parte do plano de austeridade para a liberação de empréstimos da União Europeia e do FMI. O plano cria uma espécie de "reserva trabalhista", permitindo que trabalhadores recebam pagamentos parciais e que sejam demitidos após um ano. Cerca de 30 mil funcionários iriam para a reserva até o fim deste ano.
Os cortes que o governo planeja para cumprir as exigências da União Europeia e do FMI motivaram trabalhadores a convocar greves para os dias 5 e 19 de outubro. O governo planeja ainda cortar 20% das aposentadorias acima de 1,2 mil euros.