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Zona do Euro

Grécia pede ajuda à UE e FMI

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, fez o pedido de ajuda durante um programa de televisão | Tatiana Bolar/Reuters
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, fez o pedido de ajuda durante um programa de televisão (Foto: Tatiana Bolar/Reuters)

O governo grego solicitou a ativação de uma linha emergencial de empréstimos no valor de 45 bilhões de euros, em meio a uma severa crise fiscal, que ameaça a estabilidade financeira da zona do euro. A reação europeia mostra, no entanto, que a liberação dos recursos não será automática e que depende de novas negociações.A chanceler alemã Ângela Merkel, representante da maior economia da Europa, já declarou que a Grécia precisa encerrar suas conversações com o FMI antes da decisão sobre quanto, e quando, deve receber.

Para a líder alemã, é importante que o país apresente um programa "crível" de austeridade fiscal para UE e FMI, mas adiantou que, nesse caso, o importante é "a estabilidade do euro".

Em princípio, a Grécia teria acesso a uma parcela de 30 bilhões de euros no primeiro ano de vigência do acordo. A Alemanha é responsável por financiar em torno de 27% desse total.

Outras autoridades do governo alemão sublinharam ontem que o país mediterrâneo deve aumentar seus esforços para cortar gastos e reduzir o deficit de suas contas públicas.

Na quinta-feira, a Eurostat, agência europeia de estatísticas, assustou o mundo ao reportar que o déficit fiscal grego de 2009 estava bem acima das estimativas anteriormente divulgadas. E que outras economias, como Portugal e Espanha, também mostravam uma situação financeira também bastante frágil.

O presidente do Bundesbank (o banco central alemão), Axel Weber, admitiu esse cenário, ao afirmar ontem que "o risco de contágio" da crise grega aumentou e que "vários países têm hoje déficits públicos muito elevados".

A dívida grega bateu a casa dos 300 bilhões de euros (125% do PIB) e o país tem compromissos financeiros que somam 30 bilhões daqui até o final do ano.

Uma comissão da UE e do FMI discutem os termos da ajuda financeira à Grécia. O país deve tomar recursos a 5% ao ano, por um período estimado de três anos.

O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, prometeu ontem responder rapidamente ao pedido de ajuda financeira. "Está claro que a situação grega é muito séria", afirmou Strauss-Kahn, acrescentando que "não há um único caminho, não há "bala de prata", de resolver essa situação facilmente".

A ministra Francesa das Finanças, Christine Lagarde, declarou em Washington que estava confiante nos esforços da nação grega para implementar os programas de austeridade nas contas públicas, como exigência para liberar os recursos.

Contágio

O pacote de ajuda à Grécia levantou a preocupação de que outros países europeus com alto nível de endividamento possam também aproveitar o precedente e procurar o auxílio econômico da União Europeia. Além de aumentar o temor de contágio em outros países, como Portugal, Itália e Espanha, a crise grega afeta a confiança no euro, segundo analistas.

"Por um lado, (o pacote de ajuda) pode ser tomado como um alívio para a Grécia, mas a solução não toca no risco sistêmico que ronda a zona do euro e levanta a questão se outros países também irão procurar um resgate desse tipo no futuro próximo’’, disse o analista Simon Brown, da consultoria Prospreads, em Londres.

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