As entidades bancárias e a Bolsa de Atenas permanecerão fechadas, e o limite de saque nos caixas eletrônicos continuará sendo de 60 euros por dia| Foto: Orestis Panagiotou/EFE

O governo da Grécia decretou nesta quarta-feira (8) uma nova prorrogação das restrições bancárias, impostas há dez dias, até o próximo domingo, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido manter sem alterações a quantidade máxima de liquidez de emergência que os bancos gregos podem pedir ao Banco da Grécia.

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O decreto-lei, que já foi publicado no Diário Oficial do Estado, entra em vigor a partir da meia-noite, quando vence a prorrogação estipulada há dois dias, e mantém as mesmas restrições até dia 12, coincidindo com a realização da cúpula de líderes europeus sobre a Grécia.

As entidades bancárias e a Bolsa de Atenas permanecerão fechadas, e o limite de saque nos caixas eletrônicos continuará sendo de 60 euros por dia.

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Foi mantida a proibição de todas as transações de dinheiro ao exterior com exceção dos pagamentos para as importações de produtos de primeira necessidade.

As transações eletrônicas no interior do país não estão submetidas a nenhuma restrição, assim como o saque em caixas com cartões de bancos estrangeiros.

Os aposentados e os desempregados que não possuem cartões de crédito e débito poderão retirar no máximo 120 euros por semana nas filiais bancárias abertas só para estes casos.

A única novidade do novo decreto é que limita a mil euros o dinheiro que cada pessoa pode levar em viagens ao exterior.

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Liquidez

Fontes bancárias citadas pelo jornal “Kathimerini” estimam que a liquidez atual dos bancos é suficiente para cobrir as necessidades diárias de saque, mas destacaram que sem um aumento da liquidez do BCE, o dinheiro nos caixas automáticos pode começar a escassear.

O BCE decidiu nesta quarta (8) manter o teto dos créditos aos bancos gregos em 89 bilhões de euros, mesmo com o Banco da Grécia pedindo um aumento desse valor.

Novo acordo

A corrida para salvar a Grécia da falência e manter o país na zona do euro ganhou força nesta quarta-feira, quando o governo grego solicitou formalmente um empréstimo de três anos e as autoridades europeias aceleraram a avaliação da proposta.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu em discurso no Parlamento Europeu um acordo justo, reconhecendo a responsabilidade histórica da Grécia pela situação, depois que líderes da União Europeia deram ao premiê cinco dias para apresentar planos convincentes de reformas.

O governo grego pediu ao fundo de resgate Mecanismo Europeu de Estabilidade um empréstimo de uma quantia não especificada “para cumprir as obrigações da dívida da Grécia e garantir a estabilidade do sistema financeiro”. Atenas prometeu começar a implementar medidas fiscais e previdenciárias exigidas pelos credores já a partir de segunda-feira.

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O chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, solicitou à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu uma avaliação do pedido de empréstimo e da sustentabilidade da dívida grega, além de um estudo sobre se a Grécia representa um risco para a estabilidade financeira da zona do euro.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, reiterou que a enorme dívida da Grécia precisará de uma reestruturação, uma possibilidade que a Alemanha tem resistido. “A Grécia está numa situação de crise aguda, que precisa ser tratada com seriedade e rapidez”, disse ela no Instituto Brookings, em Washington, nos Estados Unidos.

Tsipras prometeu apresentar planos de reformas detalhados nesta quinta-feira (9) e evitou a retórica áspera que irritou muitos parceiros europeus. Ele criticou, no entanto, as tentativas de “aterrorizar” os gregos a votar pela “austeridade sem fim”.