Os políticos gregos fracassaram nesta sexta-feira (11) em seus esforços para formar um novo governo, e o país está mais perto da realização de novas eleições, em que a extrema esquerda é favorita com promessas de rejeitar uma ajuda internacional de 130 bilhões de euros.

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A Grécia acaba de ir às urnas, no domingo passado (6), mas o resultado foi inconclusivo, paralisando o país mais afetado pela crise da dívida na zona do euro.

A moeda única europeia alcançou sua cotação mais baixa desde janeiro, cotada a cerca de US$ 1,29, e a Bolsa de Atenas caiu mais de 4%, atingindo seu menor nível desde 1992.

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O ministro em exercício das Finanças, Evangelos Venizelos, líder do partido socialista Pasok, admitiu seu fracasso na tentativa de formar um novo governo, já que não conseguiu atrair o esquerdista radical Alexis Tsipras, que promete rejeitar o pacote de resgate financeiro oferecido pela União Europeia e o FMI em troca de medidas de austeridade.

Depois da eleição, o primeiro encarregado de tentar formar uma coalizão foi o partido conservador Nova Democracia. Em seguida, Tsipras também tentou sem sucesso montar uma maioria.

Venizelos deve informar sua desistência na tarde de sábado ao presidente Karolos Papoulias, que então irá convocar todos os líderes políticos num último esforço. Caso o acordo não surja, conforme é esperado, ele deverá convocar uma nova eleição para meados de junho.

Tsipras disse que não aceitou participar de um governo de unidade nacional porque ele iria contrariar o desejo do povo grego de rejeitar o pacote internacional.

O Nova Democracia e o Pasok, que durante décadas se alternaram no poder no país, foram punidos pelo eleitorado por terem juntos aceitado o resgate financeiro. A votação combinada dos dois partidos caiu de 77% para 32%.

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Apesar disso, eles estiveram próximos de conseguir formar a maioria, por causa da regra que dá ao partido mais votado - o Nova Democracia - 50 deputados adicionais em um total de 300. Agora, os partidos tradicionais devem perder essa vantagem.

Uma nova pesquisa mostrou o Syriza, de Tsipras, em primeiro lugar, consolidando sua posição entre os eleitores contrários ao pacote. Isso significa que a esquerda deve conseguir as 50 cadeiras adicionais, reduzindo a bancada pró-resgate a cerca de um terço do Parlamento.

Seria uma transformação radical na política grega, com possíveis implicações em toda a Europa - onde sucessivas eleições têm mostrado uma rejeição dos eleitores às medidas de austeridade preconizadas pela Alemanha. No extremo, esse cenário poderia levar a Grécia a abandonar a moeda única, embora a maioria da população grega rejeite a volta ao dracma, e o Syriza diga que é possível rejeitar o pacote da UE/FMI sem abrir mão do euro.

Mas outros governos europeus se dizem determinados a cortar o financiamento a Atenas se os termos do pacote forem rejeitados, mesmo que isso signifique empurrar o país para a falência, resultando numa custosa exclusão grega do euro.

"Só vamos dar (o dinheiro) se a Grécia cumprir todos os acordos. Do contrário, eles não vão receber o dinheiro", disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

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