Os trabalhadores gregos foram convocados a uma greve geral hoje pelas duas principais forças sindicais -a do setor público (ADEDY) e a do setor privado (GSEE)- contra a demissão de funcionários prevista pelo novo acordo com a troika.
Trens pararam e hospitais se limitaram a atender casos de emergências na Grécia hoje, dia de greve em protesto contra a provável demissão de milhares de funcionários públicos.
O governo grego precisa promover reformas e reduzir os serviços públicos para continuar recebendo dinheiro de credores internacionais, mas o novo plano para a demissão de funcionários públicos gerou indignação na Grécia, onde o desemprego já se aproxima de 27%.
Mais de uma semana de passeatas de funcionários municipais deve culminar em um comício em frente ao Parlamento. Garis, motoristas de ônibus, bancários e jornalistas estão entre as categorias que decidiram aderir.
"Estamos continuando sua luta para colocar um fim às políticas que aniquilam os trabalhadores e levam a economia a uma recessão ainda maior", disse o sindicato GSEE, da iniciativa privada, que convocou a greve geral com o Adedy, do setor público. "Vamos nos levantar frente àqueles que, com escolhas erradas e sem saída, levaram o povo grego à pobreza e ao desespero."
Aeronautas e aeroviários farão uma paralisação de quatro horas em solidariedade aos funcionários públicos, o que deve perturbar pousos e decolagens em Atenas.
Os transportes públicos urbanos serão afetados por paralisações de manhã e à noite. Órgãos tributários e serviços municipais permanecem fechados.
Representando cerca de 2,5 milhões de trabalhadores, os dois sindicatos trazem seus filiados às ruas sucessivamente desde que a Grécia mergulhou numa crise da dívida, no final de 2009.
Amanhã, o Parlamento vota reformas definidas em conjunto com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para conceder um resgate financeiro de 6,8 bilhões de euros (US$ 8,9 bilhões) ao governo.
As medidas incluem a demissão de professores, policiais municipais e funcionários de governos locais.
Na quinta-feira estão previstos novos protestos, durante visita a Atenas de Wolfgang Schaeuble, ministro de Finanças da Alemanha, país que mais incentiva a Grécia a adotar medidas de austeridade.
Os credores gregos, que já ofereceram dois resgates num total de 240 bilhões de euros, estão cada vez mais impacientes com a lentidão do governo grego em enxugar um setor público que tem 600 mil funcionários e é amplamente considerado corrupto e ineficiente.